Fed persistirá em aperto monetário até inflação recuar, diz dirigente

Thomas Barkin, presidente da distrital de Richmond do Federal Reserve (Fed), ressaltou que há “sinais promissores” da economia dos EUA no momento que apontam para moderação da inflação.

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Barkin estava no evento da Câmara do Comércio do Condado de Prince William, do Estado norte-americano da Virgínia.

Ele pondera, contudo, que o aumento dos juros e a redução do balanço patrimonial, principais ações de aperto monetário realizadas pelo BC este ano, levarão tempo até serem refletidas nos dados e, consequentemente, reduzirem a inflação.

“Mas o Fed persistirá até que o façam”, resumiu o dirigente, que não tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano.

Eventualmente, os preços devem cair, segundo Barkin, mas não de forma “imediata ou previsível”, ressaltou. Entre os sinais recentes de melhora, o banqueiro central citou pressões menos pronunciadas na cadeia de suprimentos e no mercado de trabalho dos EUA.

Sobre este último, porém, o dirigente do Fed falou que o setor privado americano ainda reclama de pressões salariais, uma vez que a demanda segue superando a oferta de trabalhadores.

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Na visão de Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital gestora de investimentos nos Estados Unidos, é muito provável haja um período de condições mais restritivas e podemos continuar esperando por algumas variações nos principais índices econômicos americanos.

“Creio que chegamos a um ponto de inflexão complicado para a economia dos EUA, no qual o Fed pode considerar desacelerar a taxa de juros, principalmente a partir de uma análise muito particular do cenário econômico”, disse o especialista.

Entretanto, Vaz avalia que o Fed não deve recuar de sua postura mais dura no curto prazo, portanto veremos novos aumentos nas taxas de juros durante o resto do ano, até o início de 2023, com a inflação provavelmente permanecendo acima do normal e durando mais do que o previsto inicialmente.

Mas o especialista permanece um pouco otimista, afirmando que as últimas leituras do PIB e do PCE dos EUA, não declaram, na sua visão, um cenário de grave recessão ou tão aterrorizante como alguns enxergam atualmente.

“Acredito que, embora estejamos passando por um momento delicado e turbulento, ainda estamos relativamente longe de enfrentar problemas mais amargos”, conclui Vaz.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Ana Clara Macedo

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