Recuperação judicial no Brasil cresce 89,7% em junho ante 2018
A empresa de análises Boa Vista informou nesta quinta-feira (04) que os pedidos de recuperação judicial aumentaram 89,7% em junho, em comparação ao mesmo período de 2018.
Conforme divulgado pela Boa Vista, os pedidos de recuperação judicial que foram aprovados registraram alta de 1,8% ante junho de 2018. No entanto, os pedidos de falência apresentaram queda 25,6% e as falências decretadas recuaram 29,8% em relação ao mesmo período.
Ao comparar com o mês de maio, os pedidos de recuperação e as recuperações judiciais deferidas apresentaram alta de 27,8% e 3,7%, respectivamente. Contudo, o balanço semestral indicou que ante os seis primeiros meses de 2018, esses índices diminuíram 27,3% e 29,6%, nesta ordem.
Segundo a Boa Vista, é esperado que os pedidos de falência e recuperação judicial continuem em queda. Assim, a diminuição pode ocorrer por conta da melhoria econômica em 2017 que possibilitou com que as empresas sinalizem solvência.
Todavia, a instabilidade da economia pode fazer com que a situação financeira positiva das empresas seja prejudicada.
Falências e recuperações judiciais por setor
A companhia de serviços divulgou ainda os setores e o porte dos grupos que apresentaram os pedidos judiciais. As empresas de pequeno porte corresponderam à 93,4% dos pedidos de recuperação e por 93,8% dos pedidos de falências.
Desta forma, as companhias de médio e grande porte foram responsáveis por 5,6% e 1% dos pedidos de recuperação, respectivamente. Além disso, 5,4% das empresas médias e 0,8% das grandes apresentaram pedidos de falência.
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Ao analisar por setor, os serviços foram responsáveis pela maior parte dos pedidos de falência, com 42,8% do índice total. Assim como, o comércio e a indústria responderam por 26,4% e 30,8%, consecutivamente.
Em relação aos pedidos de recuperação, a industria representou 20,%, o comércio foi responsável por 28,6% e os serviços por 51,1%
Lei atual de recuperação judicial
A lei atual de recuperação judicial e falência existe desde 2005. Em paralelo, nos últimos anos, o Brasil assistiu a diversos casos bilionários de recuperação judicial, como:
- OGX, petroleira de Eike Batista;
- Oi, empresa de telefonia;
- Avianca Brasil, companhia aérea;
- e o caso mais recente da Odebrecht S.A, empreiteira.
De acordo com o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, há um “diálogo intenso” com o Congresso nacional para que alterações sejam feitas na lei da recuperação judicial ainda em 2019. Isto, pois, o governo concorda com os integrantes do Judiciário que uma revisão nas regras é necessária.