Gympass fecha acordo com Cade e terá sua atuação limitada

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na quarta-feira (21) um acordo com a Gympass para encerrar a investigação contra a companhia por infração à ordem econômica.

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A partir do acordo, a Gympass se limita a firmar contratos de exclusividade em até 20% dos municípios em que atua.

O acordo tem duração de três anos e dispõe que a exclusividade não poderá ser estendida após o fim do contrato, como era costume da empresa. Também foram proibidas cláusulas de exclusividade com clientes corporativos.

No caso de descumprimento em alguma parte do acordo com o Cade, a Gympass poderá ser multada.

Alexandre Cordeiro, presidente do Cade, afirmou que, ao limitar a exclusividade, o acordo firmado nesta quarta-feira afasta riscos concorrenciais que vinha sendo identificados na atuação da empresa.

“As referidas práticas eventualmente ensejariam em fechamento de mercado e barreiras à entrada [de concorrente]”, disse.

O João Barbosa, co-fundador do Gympass se pronunciou a respeito da notícia. Confira o posicionamento oficial da empresa:

“O Gympass vem colaborando com o Cade nos últimos dois anos e sempre agiu de forma ética — cumprindo toda a legislação antitruste. Estamos felizes com o resultado do acordo, que nos permite continuar investindo no crescimento e desenvolvimento da indústria fitness, ampliando o acesso a uma melhor qualidade de vida para milhões de pessoas. Nosso modelo de negócios iniciou um movimento corporativo global em direção ao bem-estar, exigindo grandes investimentos em tecnologia, promoção de benefícios e captação de clientes. Nosso trabalho foi focado em cumprir a missão do Gympass de tornar o bem-estar universal e gerar mais negócios para nossos parceiros. Continuamos comprometidos em investir em nossos parceiros, expandindo o acesso a novos usuários e gerando receita incremental para ajudar o setor a sair da pandemia mais forte do que nunca”.

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Entenda o caso da Gympass

Desde 2020, o órgão regulador econômico vem investigando a Gympass, após denúncias diversas de concorrentes de que a empresa estaria prejudicando o mercado ao firmar contratos de exclusividade com academias — impedindo, portanto, a associação com outras plataformas digitais.

As denúncias são da Total Pass, empresa do mesmo grupo econômico da Smart Fit/Bio Ritmo e da plataforma digital Yoooup, que permite aos clientes pagar apenas pelo tempo de uso da academia, sem mensalidade ou outro tipo de vínculo.

Segundo as concorrentes, as cláusulas de exclusividade impostas pela Gympass com algumas academias e clientes corporativos impedia cadastros e parcerias com as concorrentes.

Segundo o Cade, até 2020, uma proporção entre 80% e 90% de todas as academias brasileiras estava no portfólio da Gympass.

Em dezembro de 2021, a superintendência-geral do Cade impediu, por meio de uma medida preventiva, que a Gympass fechasse novos contratos de exclusividade com academias.

Fundada em 2012, a Gympass permite aos usuários acessar diversas academias por meio de uma assinatura única. Em junho do ano passado, a empresa recebeu um aporte de US$ 220 milhões, atingindo a avaliação de mercado de US$ 2,2 bilhões.

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Laura Intrieri

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