Engie (EGIE3) agora é 100% renovável: “Finalmente!”, diz Itaú BBA
O Itaú BBA recebeu com bom humor a notícia de que a Engie (EGIE3) vendeu a sua última usina termelétrica no Brasil nesta sexta-feira (16).
A Engie assinou um contrato de venda da Usina Termelétrica Pampa, última termelétrica no portfólio da companhia, Sul por R$ 2,2 bilhões.
Em relatório divulgado ao mercado, os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Karoline Correia afirmaram que o mercado deve receber com otimismo a notícia de que a Engie agora é 100% renovável.
“O preço parece baixo, mas era o esperado. A empresa já registrou R$ 1,2 bilhão em despesas de imparidade [redução no valor contabilístico de ativos] nos últimos 12 meses, o que nos leva a acreditar que não registrará baixas adicionais relevantes relacionadas à venda”, afirmaram.
A casa espera que a empresa use os recursos para desenvolver novos projetos renováveis.
O Itaú mantém recomendação de compra para as ações da Engie, com preço-alvo de R$ 43,79.
Engie sai do carvão no Brasil
Localizada na cidade de Candiota (RS), a térmica de 345 megawatts (MW) pode gerar energia suficiente para atender cerca de 1,3 milhão de pessoas.
Desde 2016, a companhia se desfez de quatro térmicas, com plano de sair dos combustíveis fósseis. A venda do ativo anunciada nesta sexta vem para fechar a esteira de vendas.
Em agosto do ano passado, a Engie já havia vendido o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda para a Fram Capital, que pagou R$ 315 milhões pelo ativo de capacidade instalada de 857 MW.
Antes da venda, última térmica representava apenas 3% da potência instalada da empresa, de mais de 8,4 GW. Por isso, a venda foi simbólica em um contexto de transição energética para uma economia de baixo carbono.
A Engie assumiu um compromisso global de abandonar o carvão até o ano de 2027. No Brasil, a meta era sair do segmento e se tornar puramente renovável até 2025.