Ambev (ABEV3): Zé Delivery tornou-se pilar estratégico, dizem analistas
O Bank of America (BofA) reiterou sua recomendação de “neutro” para as ações da Ambev (ABEV3), com o preço-alvo de R$ 16, devido à “persistente inflação de custos” e terceiro trimestre desafiador em termos de crescimento de volume.
Entretanto, os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares destacaram o investimento da Ambev em sua plataforma D2C (Direto ao consumidor), o Zé Delivery, para aumentar a venda de garrafas de vidro e retornáveis e coletar dados sobre os consumidores.
Segundo os analistas do BofA, o Zé Delivery tornou-se um dos pilares da estratégia comercial da Ambev no mundo pós-pandemia.
“Apesar da forte capacidade digital da Ambev, mantemos nossa classificação Neutra em R$ 16, uma vez que a inflação de custos continua pressionando as margens e o crescimento do volume deve ser contido por comparações difíceis no terceiro trimestre”, explicam.
Além disso, o BofA está vendo a Ambev trazendo novos produtos para preencher algumas lacunas de seu portfólio. Por exemplo, a Spaten, que tem perfil semelhante ao Stella, mas com preços mais acessíveis.
Copa e cerveja: banco eleva preço-alvo da Ambev, com aumento da demanda
O Credit Cuisse elevou o preço-alvo da Ambev (ABEV3) de R$ 16,50 para R$ 18, reiterando recomendação de compra.
As estimativas de Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro por ação da Ambev foram elevadas em 9% e 16%, respectivamente, para os próximos dois anos, após a companhia divulgar resultados operacionais melhores do que o esperado no primeiro semestre.
Para as analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão, as ações da empresa ficaram pressionadas por uma percepção errônea dos investidores sobre as margens da companhia, materialmente afetadas pela alta das commodities, mudanças no mix de vendas, pressões inflacionárias e investimentos em novos negócios.
“Vale destacar que as inovações lançadas nos últimos três anos representaram cerca de 20% das vendas líquidas da Ambev em 2021. No passado, a inovação mal chegava a 5% das vendas”, pontuam.