BofA: JBS (JBSS3) é top pick do setor e BRF (BRFS3) tem potencial “limitado” de valorização

O Bank of America (BofA) revisou, nesta segunda-feira (29), suas avaliações para BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3).

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Entre as três principais do setor, as ações da JBS foram escolhidas como top pick do BofA. As ações da Marfrig e da BRF continuam com recomendação neutra, atualizando as estimativas após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2022 dessas companhias.

“A JBS continua a ser a preferida, por uma combinação de presença diversificada, resiliência de lucros e avaliação atraente”, diz o relatório do BofA.

Os analistas destacam que BRF superou a Marfrig em 29% nos últimos seis meses, valor explicado principalmente pela melhora no momento dos lucros da BRF após registrar um 1T22 muito fraco. Nesse meio tempo, a expectativa de um ciclo de queda de carne bovina dos EUA pesou para a Marfrig.

“Acreditamos que o desempenho superior parece agora exagerado e o potencial de valorização da BRF é limitado. Não vemos catalisadores para a reversão desse negócio, principalmente porque o momento de resultados da BRF continua mais favorável do que o da Marfrig. Além disso, vemos a Marfrig negociando com ágio em relação à JBS, o que parece injustificado”, afirmam.

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Para BofA, Marfrig não vai superar a BRF

O preço-alvo para as ações da BRF são de R$ 19,5 e US$ 3,6, com um potencial de valorização abaixo de 20%, contra os 48% do preço-alvo da Marfrig, em R$ 21 (e R$ 22 anteriormente)

Por mais que haja maior vantagem para a Marfrig, os analistas do banco de investimentos americano não acham que a avaliação seja suficiente para reverter o desempenho inferior em relação à BRF, ou as ações da Marfrig superarem o restante do peer group no curto prazo.

Na opinião deles, os catalisadores da ação são limitados neste momento:

  • O momentum de resultados da BRF é relativamente melhor do que o da Marfrig;
  • A queda das margens de carne bovina da Marfrig nos EUA deve mais do que compensar a recuperação das margens na América do Sul devido ao ciclo de gado mais favorável no Brasil;
  • A consolidação da BRF pela Marfrig trouxe mais complexidade contábil; e
  • A Marfrig negocia com prêmio em relação à JBS, com presença menos diversificada e maior alavancagem, o que é injustificado na visão do BofA.

Sobre a BRF, o BofA espera que haja melhora no impulso dos lucros nos próximos trimestres, decorrente das exportações sólidas e os custos de alimentação estáveis, “mas estimamos queima de caixa até 2025, com Dívida Líquida/Ebitda em 3,7x em 2022 e 3x em 2023″.

A estimativa é de que Marfrig seja negociada em 4,4 vezes o Enterprise Value/Ebitda proforma em 2023, considerando a fatia de 33,25% na BRF contra o EV/Ebitda de 4 vezes da JBS, não sendo justificado pois a relação da dívida líquida e Ebitda proforma é menor do que o da JBS.

Além disso, a aquisição da BRF trouxe mais diversificação para a Marfrig. A JBS tem maior exposição à carne bovina norte-americana (46% do Ebitda vs. 30% da JBS).

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Victória Anhesini

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