IRB (IRBR3): Inter corta preço-alvo e só prevê melhora em 2023; ações caem 5,58%
O Inter Research atualizou suas perspectivas para a ação do IRB Brasil (IRBR3), com recomendação “neutra”, reduzindo o preço-alvo de R$ 3 para R$ 2. O analista Matheus Amaral diz que espera melhora dos resultados da companhia somente ao final de 2023. As ações do IRB caíram nesta segunda (29) com a expectativa negativa do mercado em relação à oferta de ações anunciada no último dia 24.
O analista prevê que o resultado de 2022 do IRB será negativo em R$ 392 milhões. Estima, porém, um lucro do IRB vai alcançar R$ 218 milhões em 2023.
O Inter descreve o efeito atípico no primeiro semestre de 2022 do IRB, impactado pelo desempenho no agronegócio que trouxe um prejuízo de R$ 293 milhões, apesar de estar reportando menores menores índices de sinistralidade e melhores margens de underwriting.
Assim, o analista espera uma “virada de resultado” em 2023, porque já deverá contar com “menores efeitos de contratos não-rentáveis e uma sinistralidade normalizada”, além de um ramo de vida normalizado, com a vacinação controlando os óbitos pela Covid.
“Por fim, com uma situação de lucratividade ainda sensível, continuamos preferindo manter cautela com o papel, enquanto aguardamos resultados mais consistentes, com melhores indicadores operacionais, para mudar nossa opinião”, conclui Amaral.
Mesmo com essas melhores expectativas para o futuro, o Inter destacou que o segmento ressegurador, em que o IRB está posicionado, costuma apresentar menores margens, devido à alta sinistralidade. Além disso, o IRB está com um valuation em torno de 1x seu valor patrimonial.
Follow-on do IRB Brasil
Segundo o Inter Research, com os recentes prejuízos, o IRB Brasil viu seu valor patrimonial ser reduzido a cada trimestre e precisou reforçar seu capital para atendimento regulatório junto à Susep, levando ao follow-on anunciado na semana passada, que pode chegar até R$ 1,2 bilhão.
Amaral espera que a emissão de ações possa trazer ao IRB Brasil a solvência a níveis levemente acima do mínimo obrigatório”, o que deve suportar as operações e o crescimento da companhia – se não ocorrerem perdas relevantes em seus indicadores operacionais e contando com “sobra de caixa” após a emissão.
Nesta segunda (29), os papéis do IRB lideraram as quedas no Ibovespa, caindo 5,58%, cotados a R$ 1,86.