Domino’s quer fazer IPO após atingir R$ 1 bilhão em vendas, mais do que o dobro do faturamento de 2020
A rede de pizzaria Domino’s deve abrir capital na bolsa de valores brasileira, a B3 (B3SA3), após chegar à marca de R$ 1 bilhão em vendas, segundo informações do jornal Valor Econômico.
O presidente da Domino’s, Fernando Soares, afirmou à equipe de análise do Credit Suisse que a oferta pública de ações (IPO, do inglês) é um dos focos da companhia.
Soares afirmo que, além do R$ 1 bilhão em vendas, a rede de pizzaria deve condicionar sua estreia na bolsa à uma melhora na margem Ebitda, deixando-a em um intervalo de 12% a 18% no anualizado – faixa conhecida como low- to mid-teens.
As informações do Valor mostram que os analistas do setor estimam que o IPO da Domino’s, com essas metas, ocorra daqui dois ou três anos.
Vale lembrar que a Domino’s fechou o ano de 2020 com R$ 190 milhões em vendas próprias, conforme comunicado pela empresa em 2021, em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao Credit Suisse, a rede de pizzarias revelou ter faturado, com vendas próprias, cerca de R$ 280 milhões em 2021.
Já em vendas totais do sistema de lojas (considerando as próprias e as franquias), foram cerca de R$ 455 milhões em 2020. Ou seja, a companhia prevê dobrar seu faturamento de dois anos atrás para balizar uma entrada na bolsa.
Além disso, vale lembrar que um eventual IPO da Domino’s dependeria das condições de mercado. Em 2021, o ambiente proporcionou diversas aberturas de capital, com mais de 40 empresas entrando na bolsa.
Em 2022, com um cenário macroeconômico desfavorável, juros mais altos e correções nos índices, nenhuma empresa realizou IPO na B3. As operações que ocorrera, na verdade, foram majoritariamente de captações de empresas já listadas, com emissões de ações.
Domino’s e o Burger King
Esse avanço em direção ao IPO vem logo após a companhia ter planos frustrados com a Zamp, ex Burger King Brasil (BKBR3). Ainda em novembro de 2021 o BK desistiu de assumir as operações da rede de pizzaria e cancelou a compra.
O negócio havia sido fechado em meados de julho de 2021 e chegou a ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Um comunicado foi feito após o cancelamento da compra, citando que o ocorrido não gerou nenhuma penalidade para as empresas.
Contudo, vale frisar que o preço das ações do BK foi um dos fatores.
Isso pois a Vinci Partners, que é dona da Domino’s desde 2018, receberia as ações do BK na transação. À época do cancelamento da compra, os papéis acumulavam queda de mais de 37% no comparativo com o início de 2021, reduzindo o valuation da rede de fast food de R$ 3 bilhões para R$ 1,9 bilhão.
