OMC: restrições comerciais entre os países do G20 aumentam de 3,5 vezes

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou sobre as restrições comerciais existentes entre os países do G20. Em um relatório publicado nesta segunda-feira (24), a entidade internacional calculou que as barreiras as importações introduzidas entre outubro 2018 e maio 2019 foram 3,5 vezes superiores a média dos últimos 7 anos.

O 21º Relatório de Monitoramento da OMC sobre medidas comerciais do G20 calculou que o fluxo comercial atingido pelas medidas foi de US$ 335,9 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão). Esse seria  o segundo maior valor já registrado pela Organização. Os dados foram divulgados as vésperas da cúpula do G20 de Osaka, no Japão.

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“Este relatório fornece mais evidências de que a turbulência gerada pelas atuais tensões comerciais continua. Os fluxos comerciais estão sendo atingidos por novas restrições comerciais em um nível historicamente alto”, declarou o Diretor-Geral da OMC, Roberto Azevêdo, comentando o relatório.

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Segundo o diplomata brasileiro, a tendência estável que o mundo conheceu por quase uma década, desde a crise financeira de 2008, foi substituída por um aumento acentuado na abrangência e na magnitude das medidas restritivas.

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“Isso terá consequências, aumentando a incerteza, reduzindo o investimento e desacelerando o crescimento do comércio”, explicou Azevêdo, “Essas constatações devem preocupar seriamente toda a comunidade internacional. Precisamos urgentemente da liderança do G20 para reduzir as tensões comerciais, reforçando seu compromisso com o comércio e com o sistema de comércio internacional baseado em regras”.

Brasil em direção contrária

No período analisado pelo relatório da OMC, o Brasil foi o membro do G20 que mais adotou medidas de abertura comercial. No total, o País aplicou nove medidas de facilitação do comércio internacional. Cerca de 30% do total implementadas pelos outros membros do bloco.

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Os Estados Unidos e a União Europeia (UE), ao contrário, não adotaram nenhuma medida de abertura comercial.

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Além disso, o Brasil também reduziu fortemente a imposição de taxas antidumping. Em 2017, o País adotou 14 medidas desse tipo, conta apenas cinco em 2018.

O relatório da OMC mostra como o Brasil mudou radicalmente de posição. Tradicionalmente, o País foi um dos mais protecionistas do mundo, mas hoje está entre os mais atuantes na abertura comercial.

Carlo Cauti

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