IRB Brasil (IRBR3) sobe 2,4% após notícia de captação bilionária
As ações do IRB Brasil (IRBR3) fecharam com alta de 2,49% nesta quinta-feira (25) em que o mercado digere a notícia de um aumento de capital da companhia.
Conforme comunicado em fato relevante após o fim do pregão da quarta (24), o IRB fará uma oferta restrita de ações de até R$ 1,2 bilhão.
Antes da formalização da oferta de ações, fontes internas já haviam revelado ao Brazil Journal que a empresa preparava um captação bilionária.
Após a notícia sobre a possível oferta, no dia 15 de agosto a companhia confirmou que ‘estudava um aumento de capital‘ por meio de fato relevante. Nesta semana, a companhia formalizou a oferta, que será restrita.
Em meio a esse contexto, os papéis sofrem fortes oscilações por conta das notícias. Foram 27% de alta nos primeiros 10 dias de agosto e, deste pregão para cá, 15% de queda.
Em janelas mais longas, as ações IRBR3 seguem no vermelho, com baixa de 47% em 2022 e 60% nos últimos 12 meses.
Dados do Status Invest mostram que a volatilidade da ação é de 48, ante cerca de 20,3 do Ibovespa.
Entenda a oferta do IRB
Segundo o comunicado, será uma oferta restrita, com esforços iniciais para colocar 597.014.925 novas ações do IRB em circulação.
Contudo, o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que a oferta do IRB pode ser acrescida em 200% por meio de lotes adicionais – ou seja um aumento de 1,19 bilhão de novas ações IRBR3, além do montante inicial.
Além disso, segundo a resseguradora, ‘serão realizados esforços de colocação das Ações no exterior’.
Por se tratar de uma oferta restrita, somente os investidores profissionais terão acesso às ações. Estes são:
- Investidores cujo patrimônio investido ultrapassa os R$ 10 milhões
- Agentes autônomos de investimento (AAIs)
- Administradores de carteiras
- Analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM
- Investidores não residentes
O IRB, com a decisão, mira contornar problemas de liquidez, já que seus índices de liquidez atuais encontram-se próximos do mínimo exigido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Especialistas do BB Investimentos, logo após a divulgação do resultado trimestral da companhia, citaram os índices como um ponto negativo.
“Durante o 1S22, esses índices [de liquidez] sofreram forte deterioração. Em 30 de junho de 2022 o PLA – Patrimônio Líquido Ajustado – correspondia a 64% do CMR – Capital Mínimo Requerido – e a insuficiência no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória era de R$ 729,7 milhões”, disseram.
“Essa piora foi explicada pelo ‘efeito cauda’ proveniente de políticas implementadas pela antiga administração somado aos impactos da pandemia da Covid-19 e dos recentes eventos climáticos atípicos”, segue o banco.
‘Quem vazou a informação não quer o bem da empresa’, diz Louise Barsi
Louise Barsi, filha de Luiz Barsi e conselheira fiscal da resseguradora, disse recentemente que o vazamento visava prejudicar a companhia.
Vale destacar que a informação da oferta foi vazada pouco antes da divulgação do balanço trimestral da empresa.
“A quem interessaria vazar uma informação daquelas? Se não fosse para causar o caos? Com certeza [quem vazou] não foi alguém que quer o bem da empresa”, disse Louise Barsi, em uma transmissão ao vivo recente.
As falas foram contidas, na ocasião, já que a investidora citou que há limitações regulatórias para suas falas, por conta de regras de compliance da companhia.
“O que eu posso falar é que as pessoas com quem eu tenho interagido lá dentro [do IRB] estão empenhadas em fazer o negócio dar certo. O setor passa por um período conturbado; não é só o IRB, as resseguradoras de fora estão derretendo”, declarou.