Nubank (NUBR33): Itaú BBA corta preço-alvo e reforça recomendação de venda; entenda por quê

O Itaú BBA reiterou recomendação de “underperform”, equivalente a “venda”, para as ações do Nubank (NUBR33), e cortou o preço-alvo de R$ 4,50 para R$ 3,50.

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O banco permanece “cauteloso” com os preços atuais para os papéis do Nubank e explica que a desaceleração do crédito pessoal e os índices de inadimplência estão altos, acima das expectativas dos analistas e dos números de outros bancos, indicadores que, de acordo o BBA, merecem atenção dos investidores.

A fintech teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no período, alta de 96,7% sobre os US$ 15,2 milhões do 2T21.

O macro jogou contra a qualidade do crédito do Nubank, na avaliação do BBA, e “há uma curva de aprendizado para escalar o produto do roxinho tão rápido”.

Assim, o Itaú BBA também diminuiu suas estimativas de 2023 e médio prazo, para R$ 2,6 bilhões de lucro líquido contra os R$ 3,1 bilhões previstos anteriormente. “A dinâmica dos lucros provavelmente permanecerá negativa”, explicam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard no relatório.

A inadimplência teve elevação de 3,5% para 4,1%, considerando os atrasos acima de 90 dias e a operação no Brasil. Ao final de março, a taxa de calotes estava em 4,2% e há 12 meses, ao final de junho de 2021, em 2,9%. A taxa para atrasos entre 15 a 90 dias também ficou estável, em 3,7%. “Damos limites muito baixos”, admitiu ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o CEO e fundador do Nubank, David Vélez..

O banco vê a avenida de crescimento do Nubank desafiadora e espera que as previsões de crescimento de empréstimos pessoais caiam significativamente. “Esptimamos que a carteira de empréstimos pessoais cresça modestos 28% em 2022 e 7% em 2023. Nosso valor de R$ 19 bilhões em 2025 está provavelmente ~50% abaixo do que analistas otimistas carregam”, pontuam.

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O Itaú BBA explica que a inadimplência do Nubank provavelmente está subindo mais rápido do que o esperado, e ajustes de originação estão sendo realizados, que devem reduzir o crescimento de volume no curto prazo.

Outro ponto de preocupação para o Itaú BBA é a mudança na contabilidade do Nubank. O roxinho acabou reduzindo o prazo de baixa de crédito ruim para empréstimos pessoais atrasados de 360 dias para o atuais 120 dias, segundo o banco digital.

Essa mudança indicou para o Itaú que o Nubank está sugerindo que os empréstimos pessoais têm um potencial de recuperação menor, ou seja, mais arriscados, quando comparados com seus cartões de crédito.

“Parece que o risco neste produto foi provavelmente subestimado e terá que ser redesenhado”, disseram os analistas.

O Itaú adicionou que a maioria dos outros grandes bancos brasileiros usam o padrão de 360 dias em empréstimos pessoais, então os números de inadimplência do Nubank não serão mais “comparáveis” com o sistema.

A expansão do cartão de crédito do Nubank também parece estar em risco, assim, o Itaú reduziu a previsões de crescimento do saldo de cartões de crédito para 63% em 2022 e 15% em 2023.

Cotação do Nubank

Os BDRs do Nubank listadas na Bolsa fecharam em queda de 3,25% nesta segunda-feira (220, cotadas a R$ 3,86.

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Ana Clara Macedo

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