Bolsa americana vive o pior cenário de IPOs em duas décadas

Nos 8 primeiros meses do ano passado, a chegada de novas empresas às bolsas de valores dos Estados Unidos movimentou cerca de US$ 100 bilhões. Neste ano, porém, as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) levantaram US$ 5 bilhões, o que mostra uma forte desaceleração no mercado de capitais norte-americano.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/05/6cd60e56-banner-home-3.jpg

Para a consultoria Dealogic, inflação, alta de juros, conflitos geopolíticos são fatores que, combinados, resultam no pior cenário para o setor corporativo em duas décadas. Especialistas afirmam que menos empresas captando recursos são um sinal de que a economia doméstica não está indo bem.

Desde 1995, quando a Dealogic começou a acompanhar os dados de novas empresas nas bolsas, não se via algo parecido. Durante a crise de 2008 ocorreu uma redução de IPOs, mas houve uma leve retomada nos meses finais do ano, conjuntura que parece não se replicar em 2022, preveem os analistas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png



Caminho parecido percorre o mercado brasileiro, com a B3 (B3SA3) vendo suas as ofertas públicas recuarem em 100% no primeiro semestre deste ano. Em 2022, a bolsa brasileira ainda não registrou novos IPOs, em comparação às mais de 45 operações realizadas durante o ano passado.

Dezenas de empresas já desistiram de listar suas ações, caso do Madero, Bluefit Academia e Verzani & Sandrini. Todas essas companhias já haviam enviado prospectos preliminares à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas resolveram adiar ou interromper o processo.

Por se tratar de um ano eleitoral, o mercado tem se preocupado em qual será a proposta do próximo presidente na agenda econômica. Alguns executivos, inclusive, se mostram apreensivos sobre um real crescimento macroeconômico e novos IPOs ainda neste semestre. 

“Estes aspectos não devem ser solucionados em três, quatro meses. Não são suficientes para a gente ver uma volta robusta de mercado de capitais pós-eleição”, disse o chefe de mercados de capitais do Citi no Brasil, Marcelo Millen, em entrevista à Blomberg Línea, nesta segunda-feira (22).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Wesley Santana

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno