Ibovespa tem leve alta de 0,17%, na contramão de Nova York; Petrobras (PETR4) sobe 2,3%

Ibovespa hoje encerrou a sessão desta quarta-feira (17) em alta de 0,17%, aos 113.707,76 pontos, após oscilar entre 112.482,58 e 114.146,23. Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro foi a R$ 59,8 bilhões na sessão. Na semana, o índice avança 0,84% e, no mês, 10,22% – no ano, tem alta de 8,48%.

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O Ibovespa ficou de guarda dos 113 mil pontos, orbitando a estabilidade em parte da sessão até que se conhecesse a ata do Federal Reserve, a qual, mesmo sem trazer novidades, levou os índices de ações em Nova York às máximas do dia, embora sem deixar o terreno negativo na sessão. No melhor momento pós-ata, a referência da B3 retomou o nível de 114 mil pontos, não visto no intradia desde 22 de abril.

“A ata do Fed não traz grandes novidades e se mostra datada, ao mencionar que o mercado de trabalho dava alguns sinais de desaceleração e que a inflação ainda continua muito alta. Exatamente o que aconteceu depois foi o inverso: dados do mercado de trabalho bem fortes, com quase o dobro da geração de vagas esperada, e a inflação cedendo mais do que o projetado pelo mercado. O documento de hoje parece bem ultrapassado, e o que fará diferença, na próxima semana, será o evento de Jackson Hole, de onde se espera comentários sobre os próximos passos”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“A ata da reunião trouxe explicações do cenário (do Fed) para a economia americana, mas não explicitou qual será o ritmo de aperto monetário para a próxima reunião, em setembro. De forma geral, a autoridade monetária irá aumentar ou diminuir o ritmo do aperto monetário a depender do estado da economia”, observa Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

No Brasil, a sinalização do BC de que o ciclo de elevação de juros se encerrou ou está muito próximo disso continua a atrair recursos externos para a B3 – em termos líquidos, na casa de R$ 11 bilhões em agosto, até segunda-feira, conforme os mais recentes dados -, o que se conjuga com acomodação da inflação, expectativas mais favoráveis sobre o PIB e a uma temporada positiva de balanços corporativos.

“Olhando 30 dias, aproximadamente do piso do ano (de meados de julho) aos 114 mil de hoje, o Ibovespa tem uma recuperação em torno de 18%. Há muito caixa disponível, como não se via desde 2008, e esses recursos estão indo essencialmente para Bolsa, com a indicação do fim do ciclo de alta de juros aqui, ou no máximo mais um aumento de 25 pontos-base (na Selic). O BC fez o dever de casa, não ficou atrás da curva. E, considerando S&P 500 a 4.300 pontos, ainda há descontos na B3 e recursos disponíveis para que o Ibovespa avance mais”, diz César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

“O mercado é comparável a um pêndulo, tendendo a corrigir excessos, seja de pessimismo ou otimismo. Muito de pessimismo tinha ido para o preço”, acrescenta o gestor, destacando também a mais recente temporada de resultados corporativos, positiva aqui e no exterior, e na qual se mostrou que, mesmo com o desafio da inflação, empresas conseguiram defender margens.

“Hoje tivemos um dia de volatilidade, em que o Ibovespa abriu em queda e chegou a perder quase 1% na sessão para, à tarde, se firmar em leve alta. O mundo tem estado mais otimista com relação ao Brasil. A ata do Fed condiciona os próximos passos sobre juros à inflação. Não há certeza ainda quanto ao grau de ajuste à frente (para a taxa de referência dos EUA). O Brasil reagiu mais rápido e de forma mais agressiva aos sinais inflacionários, o que nos permitiu um controle mais dinâmico”, diz Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York registraram queda nesta quarta-feira. Ações do setor de varejo estiveram sob pressão, após balanço da Target abaixo do esperado, e companhias aéreas também recuaram, com a possibilidade de alta nos custos de combustível, enquanto o setor de serviços de comunicação liderou perdas, pressionando mais o Nasdaq. Investidores monitoraram a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que chegou a garantir máximas no dia nas bolsas dos EUA, mas sem reverter o quadro negativo.

  • Dow Jones: -0,50%, aos 33.980,32 pontos;
  • S&P 500: -0,72%, aos 4.274,04 pontos;
  • Nasdaq: -1,25%, aos 12.938,12 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 0,53%, a R$ 5,1678, após oscilar entre R$ 5,1489 e R$ 5,2143.

Depois de fechar no vermelho por três sessões consecutivas, o petróleo fechou em alta no mercado futuro nesta quarta-feira, 17. O avanço foi apoiado pela queda inesperada nos estoques da commodity nos Estados Unidos. Certo alívio do dólar ante rivais e informação de aumento na recente na demanda global pelo óleo também ficaram no radar.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 1,83% (US$ 1,58), a US$ 88,11 o barril, e o Brent para outubro avançou 1,42% (US$ 1,31), a US$ 93,65 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta quarta-feira. O metal precioso foi pressionado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries e fortalecimento do dólar, em meio à expectativa pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. No radar, também estão indicadores da economia dos Estados Unidos.

O ouro para dezembro registrou queda de 0,73%, a US$ 1.776,7 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No Ibovespa hoje, os papéis da Petrobras (PETR3, PETR4) seguiram a alta do petróleo e registraram ganhos de 3,33% e 2,34%, respectivamente. Já Vale (VALE3) devolveu o que ganhou na sessão de ontem e caiu 2,46%.

Quem liderou o ranking das maiores altas de hoje foi Cemig (CMIG4), com valorização de 5,67%, seguida por Copel (CPLE6), com +4,48% e CSN Mineração (CMIN3), que subiu 4,42%.

Houve destaque também para Pão de Açúcar (PCAR3), com alta de 44,30%, ainda refletindo o plano de segregação dos negócios com o Grupo Éxito, divulgado na semana passada.

Entre os grandes bancos, apenas Banco do Brasil (BBAS3) caiu no dia, com -0,90%, destoando de seus pares, que tiveram ganhos modestos. Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve elevação de 0,37% e 0,15%, nesta ordem, Itaú (ITUB4), +0,40% e Santander (SANB11) subiu 0,57%.

No campo negativo, quem teve destaque foram as varejistas, com Americanas (AMER3) liderando, com -6,13%. Em seguida, Via (VIIA3), que caiu 6,08%. Também se destacou na lista negativa YDUQS (YDUQ3), recuando 5,56%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Caixa Seguridade (CXSE3) quer pagar dividendos a cada três meses
  • Presidente do Nubank (NUBR33) diz que cartão de crédito pode sumir

Caixa Seguridade (CXSE3) quer pagar dividendos a cada três meses

Caixa Seguridade (CXSE3) pretende pagar dividendos aos seus acionistas com uma frequência trimestral, segundo disse a gestão da companhia na sua teleconferência de resultados, nesta terça-feira (16).

“Essas empresas vem ganhando maturidade e, à medida que pagam dividendos à holding, o pagamento pode passar a ser trimestral”, disse Eduardo Oliveira, diretor financeiro e de relações com investidores da Caixa Seguridade.

No seu pagamento semestral, referente à segunda metade de 2021, Oliveira destacou que a companhia distribuiu R$ 867 milhões em dividendos, um ‘payout histórico de 90%’.

“A expectativa é manter esse patamar histórico de dividendos”, pontuou Oliveira.

O diretor de RI também adiantou que os dividendos da Caixa que serão referentes ao exercício do primeiro semestre deste ano devem ser pagos aos acionistas entre outubro e novembro.

Os papéis CXSE3 fecharam em alta de 7,78%, a R$ 9,28 após a divulgação dos resultados, com impacto positivo do Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

“Este anos temos o Pronampe com características diferentes, sendo a principal mudança ter se tornado um programa recorrente, gerando uma maior estabilidade na concessão e na emissão de prêmios”, disse Oliveira.

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Presidente do Nubank (NUBR33) diz que cartão de crédito pode sumir

Youssef Lahrech, presidente e diretor de operações do Nubank (NUBR33), afirmou que concorda com uma declaração recente de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC): com a digitalização, o cartão de crédito pode sumir. O executivo assumiu o cargo de CEO da fintech nesta segunda (15).

“O streaming de filmes causou no setor de entretenimento efeito parecido que a digitalização dos pagamentos teve entre os bancos. Mudou tudo. Concordo que o cartão de crédito pode sumir, e por isso temos diversificado para outras formas de pagamento, inclusive para o Pix, BNPL”, disse.

O executivo argumenta que, com o aumento das transações via Pix, essa tendência é ampliada. “Acho que o Pix afeta primeiro o cartão de débito, depois o de crédito”, diz.

“Levam alguns anos para chegar até esse quadro: o cartão de crédito tem outras funções, como compras internacionais, parcelamento. Mas, no fim das contas, o Pix aumentará a fatia no mercado. Estou mais do que feliz com uma possível canibalização do cartão de crédito”, acrescenta.

Além disso, o CEO do Nubank prevê que a bancarização pode aumentar com o sistema de pagamentos do BC.

“O mercado endereçável no Brasil ainda é bastante grande, podemos dobrar ou mais nossa base no Brasil”, disse.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +0,17%
  • IFIX hoje: +0,30%
  • IBRX hoje: +0,14%
  • SMLL hoje: +0,02%
  • IDIV hoje: +0,99%

Cotação do Ibovespa nesta terça (16)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (16) em alta de 0,43% aos 113.512,38 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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