Nubank (NUBR33) terá 2T22 com receita maior e prejuízo milionário, dizem analistas

Nubank (NUBR33) divulga nesta segunda (15) os seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2022 e a maioria dos analistas espera crescimento, porém uma linha vermelha no fim do balanço. O consenso Bloomberg de analistas estima um prejuízo líquido de US$ 10 milhões para o período.

Veja o Morning Call desta segunda-feira (15/08)

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Ainda em projeções mais otimistas, como é o caso do Santander, há expectativa de um lucro líquido reduzido para o Nubank no 2T22.

“O Nubank não estava bem posicionado para enfrentar as tendências do o segundo trimestre, razão pela qual temos uma perspectiva de lucro mais fraca”, diz a casa.

Os analistas projetam lucro líquido ajustado de US$ 7 milhões mas, sem o ajuste, a projeção é de um prejuízo de US$ 83 milhões. A recomendação é de venda, com preço-alvo de US$ 4.

Vale lembrar que, no segundo trimestre de 2021 a fintech lucrou cerca de R$ 15 milhões.

Apesar disso, a expectativa é de um crescimento de mais de 200% em termos de receita, apesar da estimativa de queda de 100 bps na qualidade dos ativos. “Isso deve levar as provisões do banco para um patamar 321% maior no comparativo com o ano anterior”.

Desempenho das ações do Nubank desde o IPO - Foto: Reprodução/Status Invest
Desempenho das ações do Nubank desde o IPO – Foto: Reprodução/Status Invest

O Bradesco BBI, por sua vez, projeta prejuízo líquido de US$ 52 milhões – cifra que aumenta a baixa de US$ 45 milhões registrada no primeiro trimestre. Da mesma forma, os especialistas ainda apontam uma melhora no crescimento da receita do Nubank.

“A receita deve ser o destaque positivo, sustentada pelo crescimento sequencial da base de clientes. Ainda assim, a elevação da taxa Selic deve minimizar, parcialmente, a melhor receita com juros”, diz o BBI.

O preço-alvo da casa é de US$ 3,30 para as ações do Nubank na NYSE.

A tese se baseia em uma deterioração do que é conhecido como crédito não produtivo (non‑performing loan, ou NPL, na sigla em inglês). Isso, considerando os dados do Banco Central (BC), que apontam uma escalada da inadimplência da indústria.

Nesse contexto, o banco sofreria mais do que seus pares e os bancos mais tradicionais.

“O índice médio de inadimplência de 90 dias para empréstimos pessoais (excluindo folha de pagamento) e cartões de crédito em fevereiro de 2022 estava 140 pontos-base abaixo do registrado em dezembro de 2019”, diz o BBI sobre o Nubank.

BTG vê melhora, mas segue fora do case de Nubank

No seu parecer sobre o Nubank, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) revisaram seus cálculos, citando uma ‘adaptação ao cenário desafiador’, mas seguiram com recomendação neutra, mirando US$ 4 de preço-alvo.

“Dada a deterioração do ambiente macro, tanto local como fora do Brasil, o recente feedback que recebemos da administração é que o crescimento do crédito deve desacelerar, principalmente a carteira de crédito pessoal, onde o banco vem aumentando as taxas e ajustando o crédito limites”, diz a casa.

Indicadores financeiros do Nubank - Reprodução/BTG Pactual
Indicadores financeiros do Nubank – Reprodução/BTG Pactual

“No segmento de cartões de crédito, onde a NU já conta com mais de 10 anos de experiência, o crescimento da carteira continua forte, impulsionado por novas funcionalidades de pagamento e a subsidiária mexicana”, segue o BTG.

A estimativa é de que a normalização deve gerar deterioração um pouco mais forte na inadimplência de 90 dias, mas é possível observar melhor desempenho nos índices de curto prazo (15-90 dias). Nesse sentido, a projeção é de que esse indicador tenha uma ‘ajuda’ da menor sazonalidade do trimestre.

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“O Nubank está agilizando as mudanças de eficiência, cortando alguns custos e ajustando taxas, enquanto a recente anúncio de redução de custos de captação, a nosso ver, mostra que eles entendem o aumento urgência para obter lucro”, diz o BTG.

Goldman Sachs e UBS recomendam compra de NU

Enquanto a maioria das casas segue com parecer de ‘venda’ ou ‘neutro’ para as ações da fintech, o Goldman Sachs projeta uma cotação de US$ 11 para os papéis, acima do target médio. O BBI, por exemplo, recomenda venda, assim como o Santander e o Itaú BBA (mirando cotações de US$ 3,30 e US$4 e também US$ 4, respectivamente).

A tese é de que os múltiplos estão descontados.

“Assumimos um crescimento dos lucros a médio prazo de 35%, o que leva a uma meta de P/L de 22x para as estimativas, o que descontamos para 2023 a um COE [Cost of Equity] de 13,1%”, dizem os analistas.

Índices de inadimplência do Nubank - Foto: Reprodução/UBS
Índices de inadimplência do Nubank – Foto: Reprodução/UBS

Da mesma forma, o UBS-BB mira US$ 11,50, justificando o nível de inadimplência pelo crescimento da base de clientes da companhia – que consequentemente geraria mais receita.

“Esse índice de inadimplência se deve ao alto nível de crescimento no portfólio da Nu, embora outros players com crescimento semelhante (por exemplo, o Banco Inter) tenham um índice de inadimplência muito maior. Por isso analisamos a importância dos mixes de produto e renda para o índice geral de inadimplência da Nu”, diz o UBS.

Segundo o relatório, o mix de produtos atual tem um efeito positivo significativo no índice de inadimplência.

“O Nubank tem uma parcela muito maior de recebíveis de cartão sem juros (69% para Nu, 52% no sistema financeiro). Estes têm um índice de NPL de zero e, portanto, reduzem o índice geral de inadimplência”, explica.

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Eduardo Vargas

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