CBA (CBAV3) registra lucro líquido de R$ 511 milhões, alta de 20% no 2T22
A Companhia Brasileira de Alumínio, CBA (CBAV3), registrou uma alta de 29% no lucro líquido do segundo trimestre de 2022. Em relatório publicado nesta terça-feira (9), a empresa reportou a soma de R$ 511 milhões no período contra R$ 426 milhões registrados nos primeiros três meses do ano.
Segundo a empresa, as vendas do 2T22 recuaram 6% no comparativo trimestral e 8% no anual. A CBA lembra que os números apurados no ano passado estavam descolados da realidade histórica que o setor tem registrado há anos, diz o conselho de administração. “A demanda em 2021 estava em patamares historicamente altos, com crescimento de dois dígitos em quase todos os setores em comparação com 2020. Nesse contexto, apesar da leve redução da demanda no 2T22, ainda é observado um nível saudável de consumo, o que suportou o aumento do prêmio doméstico”, explicam os executivos.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 641 milhões, 73% maior do que o registrado um ano antes. Já em relação aos primeiros três meses de 2022 a alta foi menor, de 16%.
A margem Ebitda cresceu 8% entre janeiro e março de 2022 e 6% ante os mesmos meses de 2021.
A receita líquida atingiu R$ 2,331 bilhões ante R$ 1,913 bilhão no segundo trimestre do ano passado, um aumento de 22%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano a alta foi de 2%.
Em seu relatório de resultados, a CBA diz que o mercado global de alumínio no segundo trimestre do ano foi marcado por incertezas como lockdowns em grandes centros econômicos e comerciais da China, crise energética, elevação da inflação mundial, sinais de desaceleração econômica global e continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Muitos países europeus estão passando por cortes no seu fornecimento de gás natural vindo da Rússia como forma de retaliação às sanções cada vez mais agressivas e constantes ao país, o que consequentemente eleva o preço da energia e os custos na região.
Com as políticas monetárias de aumento das taxas de juros para conter a inflação e gargalos logísticos no comércio internacional, acentuaram-se os riscos de arrefecimento da demanda, segundo a CBA.
Segundo a consultoria CRU, o consumo de alumínio primário global aumentou em 2,1% entre abril e junho deste ano comparado ao primeiro trimestre, porém, regrediu 2,0% em relação ao mesmo período do ano passado, influenciado principalmente pelo consumo europeu que apresentou queda de 8,0% em comparação aos primeiros três meses do ano.
Além disso, diversos compradores europeus estocaram o metal nos primeiros meses do ano com receio da possível falta de material na região, contribuindo para menor ritmo de consumo atual.
Em termos de endividamento, a CBA reporta a dívida bruta de R$ 2,9 bi, 5% a mais que no fim de março, sendo a maior parte em dólar. O balanço destaca, também, que o perfil de endividamento é alongado com vencimentos majoritários a partir de 2024.
Com informações do Estadão Conteúdo