CVM entra com processo administrativo sobre pedido de OPA da Gol (GOLL4) e Avianca

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta terça-feira (9) que abriu processo administrativo sobre o pedido da Associação Brasileira de Investidores (Abradin) de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Gol (GOLL4) na operação que coloca a companhia aérea brasileira e a colombiana Avianca sob uma mesma holding.

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Em maio, a Gol comunicou ao mercado que o MOBI FIA, da família Constantino, que controla a companhia aérea, celebrou acordo para criar uma holding chamada Grupo Abra, em conjunto com os principais acionistas da Avianca Holding.

O Grupo Abra tem sede no País de Gales e seria o controlador de ambas as empresas.

Procurada pela Agência Reuters, a Gol afirmou que o MOBI não vai alienar qualquer ação da companhia aérea e que os atuais acionistas controladores permanecerão integrando o comando da companhia, por meio do acordo de acionistas a ser firmado.

De acordo com a resposta da Gol, a aérea não é obrigada a realizar a OPA. “Segundo informado pelos assessores legais do MOBI, nos termos da legislação em vigor no Brasil, não há obrigação de se realizar uma oferta pública de ações para aquisição de ações da Gol”, disse, em nota à Reuters.

Na reclamação enviada à CVM em julho, a Abradin pediu que não seja autorizada a “transferência de ações do controlador da Gol, MOBI FIA, para a nova holding sem que seja estabelecida uma OPA a ser feita pelo novo controlador por justo valor econômico a ser calculado”.

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Entenda a holding com a Gol e Avianca

Gol (GOLL4) e a Avianca fecharam um acordo para criar a holding Grupo Abra, mirando ser “um grupo líder em transporte aéreo na América Latina”, segundo comunicado oficial. Além das duas companhias, o novo grupo também terá participação nas empresas Viva, da Colômbia, e Sky Airline, do Chile.

Tanto a Gol quando a Avianca manterão suas operações independentes, ou seja, a mudança não irá alterar a operacionalização das empresas na ‘ponta’, só tornará ambas controladas por um mesmo grupo e membros de um mesmo quadro societário.

“O Abra fornecerá uma plataforma para que as companhias aéreas reduzam ainda mais os custos, obtenham maiores economias de escala, continuem a operar uma frota de aeronaves de última geração e expandam suas rotas, serviços, ofertas de produtos e programas de fidelidade”, diz o comunicado.

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Ainda de acordo com o documento, “o Grupo Abra será co-controlado pelos principais acionistas da Avianca e pelo acionista controlador da Gol, além de ser liderado por executivos com larga experiência em transporte aéreo, em atuação regional, longa trajetória de empreendedorismo e construção de marcas e um histórico comprovado de crescimento e transformações bem-sucedidas de companhias aéreas”.

O  acordo foi assinado entre os principais acionistas da Avianca e o acionista controlador da Gol, que veem no Grupo Abra uma oportunidade de aumentar sinergias e manter uma participação de mercado (market share) maior.

No final de julho, Gol (GOLL4) reportou um prejuízo líquido de R$ 2,85 bilhões no acumulado do segundo trimestre (2T22). Com isso, a companhia reverte o lucro de R$ 642 milhões que foi registrado em igual período no ano anterior.

No semestre, segundo o balanço da Gol, são R$ 1,13 bilhão de lucro líquido. Já em 2021, no acumulado dos primeiros seis meses, a companhia aérea registrou R$ 1,88 bilhão em prejuízo.

O prejuízo líquido recorrente da companhia foi de R$ 620,8 milhões no trimestre, retração de 51,7% ante o prejuízo número de 2T21.

lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente foi positivo em R$ 439 milhões no período, revertendo os R$ 547,4 milhões negativos que a Gol registrou no 2T21.

A margem Ebitda da companhia foi de 13,5% no trimestre, ante 53,2% de margem negativa no 2T21.

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Victória Anhesini

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