Burger King (BKBR3): aquisição pode elevar ainda mais as ações; BTG (BPAC11) recomenda compra
A Burger King Brasil (BKBR3), marca da Zamp, recebeu na última segunda-feira (1°) proposta de aquisição de controle pela MC Brazil F&B Participações, controlada da Mubadala Capital. A operação foi avaliada em R$ 938,6 milhões.
“Após o fluxo de notícias sobre a oferta pública, esperamos que a ação reaja bem nas próximas semanas”, pontuaram os analistas do BTG Pactual (BPAC11).
A Mubadala Capital lançou a oferta pública de aquisição (OPA) para 45,15% das ações de emissão da Burger King Brasil pelo valor de R$ 7,55 por ação, equivalente a 21% de prêmio sobre o valor do fechamento da sexta-feira (29).
Caso a OPA seja concretizada, o fundo soberano de Abu Dhabi passará a deter 50,10% do capital social do Burger King Brasil.
O Burger King Brasil chegou a mencionar que seu conselho de administração está avaliando a proposta e divulgará em até 15 dias suas conclusões.
“A OPA é estendida a todos os acionistas do Burger King Brasil (portanto, não significa o cancelamento de listagem da ação, que é uma corporation). A licitação está prevista para acontecer no dia 15 de setembro”, disse o BTG, em relatório.
De acordo com os analistas do BTG, historicamente a companhia assinou contratos de franquia para cada restaurante Burger King nos mercados internacionais com taxas iniciais de franquia, royalties mensais de 5% das vendas brutas e contribuições de publicidade de 3%.
“No entanto, como parte de sua estratégia de crescimento internacional, a empresa celebrou contratos de franquia master ou acordos de desenvolvimento que concedem aos franqueados direitos exclusivos de desenvolvimento e, em alguns casos, exigem que eles prestem serviços de suporte a outros franqueados em seus mercados”, aponta o relatório do banco de investimentos.
A marca chegou ao Brasil em 2004, dentro de um pool de franqueados subordinados diretamente Burger King Corporation.
De 2011 a 2017, o número de lojas do Burger King Brasil foi de 139 para quase 800. A participação do mercado da empresa subiu de 8% para 30% no segmento de fast food.
Com uma recuperação já em vigor no setor de varejo de restaurantes, mesmo com a inflação alta no país, o BTG Pactual acredita que há uma perspectiva positiva para o Burger King Brasil em 2022, com quatro destaques principais:
- Crescimento mais rápido (com planejamento de abrir 70 a 90 lojas este ano);
- Curva de aprendizado digital (incluindo plataforma própria de entrega) e investimentos em CRM (100 lojas operando com entrega própria, 5 milhões de membros do programa de fidelidade e 30% de todas as vendas identificadas);
- Cenário de mercado mais racional entre os principais pares; e
- Aumento de custos devido à inflação de curto prazo e preços de commodities, mas em ritmo mais lento do que nos trimestres anteriores (auxiliando na alavancagem operacional).
As ações do Burger King Brasil são negociados a 4,3 vezes Enterprise Value/Ebitda 2023 (desconto de 57% em relação aos pares internacionais), com um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de Ebitda de 2022-26 de 18% (a ação subiu 4% no ano, mas caiu 41% nos últimos 12 meses).
O BTG recomenda compra da ação do Burger King Brasil, com preço alvo de R$ 14. As ações BKBR3 fecharam em alta de 3,65%, a R$ 7,66.