ESG: Por que o investidor não pode ficar de fora deste assunto?

Mais do que reciclar papel e evitar o desperdício: ESG é a nova realidade que as empresas deverão adotar para garantir a perpetuidade de seus negócios.

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É o que explica a professora de estratégia empresarial e ESG do Ibmec-SP, Luciana Iwashita. Em 2004, o Pacto Global, da Organização das Nações Unidas, foi criado a partir de uma discussão entre os 50 maiores banqueiros do mundo, como uma maneira de medir o impacto da sustentabilidade nos resultados de empresas.

ESG, do inglês “Environmental, Social and Governance” – traduzido como Meio Ambiente, Sociedade e Governança – marca uma nova era do mercado financeiro, e vai além disso. “É uma temática que vem trazendo interesse não só do mundo empresarial, mas nas áreas de ciências sociais aplicadas, ciências naturais e exatas”, diz Luciana Iwashita.

ESG significa modelos de negócio sustentáveis a longo prazo

Que o investidor está mais exigente, o mercado já sabe. O histórico de uma empresa nunca foi tão importante quanto agora, principalmente com a quantidade de informações disseminadas na internet e a facilidade para realizar essa busca.

“O negócio precisa ser perene. A perpetuidade e a sustentabilidade econômica de um negócio só podem ser garantidas em uma perspectiva de longo prazo. Dentro disso, pensamos em questões de impacto social e ambiental. Muitas vezes as empresas têm pouca clareza de como impactam seu entorno”, explica a professora e especialista do Ibmec.

Nos últimos 40 anos, uma série de eventos convergiram para que o assunto fosse amplamente disseminado, ao apresentar evidências de impacto socioambiental negativo. Entre eles, denúncias de marcas associadas a mão de obra escrava; desastres ambientais por gestões inadequadas de risco; derramamento de óleo no Golfo do México. Hoje vários setores de atividade já estão cientes do risco de escassez futura de recursos: água potável, terras cultiváveis. Não menos importante, demanda e carência de mão de obra especializada.

Esses acontecimentos vieram à luz para a criação de uma gestão sustentável, em aspectos de negócio e governança.

“Há uma necessidade latente de se pensar em questões de qualidade de vida, principalmente após a pandemia”, explica a especialista Luciana Iwashita. “Há também a questão da sustentabilidade da atividade econômica ao longo do tempo. A renda da população, por exemplo: o poder de consumo da população vem caindo no mundo ao longo do tempo. A população conseguirá consumir seu produto? É questão de pensar na perenidade da empresa.”

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Greenwashing: como não cair na “falsa gestão ESG”

Com a disseminação de práticas ESG e uma conscientização maior da população – e do investidor – sobre a necessidade de um negócio sustentável, marcas criam uma falsa noção de sustentabilidade, sem necessariamente seguir a filosofia.

Há muita competitividade no ambiente empresarial. As organizações cada vez mais desejam se diferenciar das demais para chamar a atenção do investidor.

“Diante disso, a empresa precisa tomar uma primeira decisão, pensando em dinâmica de mercado: ela quer ser proativa ou reativa nesse processo? Empresas proativas tendem a ter mais tempo de planejar e testar estratégias, fazer as coisas com menos pressão de entrega de resultados de curto prazo. Já as reativas esperam aparecer a questão da obrigatoriedade no mercado”, diferencia Iwashita.

Do ponto de vista do investidor, Luciana explica que é possível avaliar a seriedade das empresas em relação ao ESG olhando a agenda estratégica que a empresa apresenta. O quanto, de fato, este assunto está na sua agenda de longo prazo? Quais ações a companhia desenha para endereçar corretamente as questões ESG? A empresa já mapeou os impactos que causa ou que já causou?

Em janeiro de 2022, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) implementou novos critérios para identificar fundos de investimento sustentáveis, que levam em conta, também, requisitos para a gestora. O sufixo IS, para Investimento Sustentável, foi criado e é aplicado para fundos que estejam alinhados às práticas de sustentabilidade.

Clique e se cadastre abaixo para ver a entrevista completa!

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Beatriz Boyadjian

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