Vale (VALE3): 2T22 não agrada o mercado, mas corretoras mantêm recomendação de compra

A Vale (VALE3) divulgou nesta quinta-feira (28) seus resultados para o segundo trimestre de 2022 com números que não agradaram o mercado.

Para analistas das corretoras XP e Genial Investimentos, os números fracos não foram uma surpresa, devido a que ambas esperavam previamente uma performance negativa da companhia atrelada a fatores como a alta inflação de custos e o cenário desafiador dos setores de minério e siderurgia ao redor do mundo.

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O lucro da Vale caiu fortemente no segundo trimestre de 2022, ficando 52,9% inferior ao lucro registrado no mesmo período do ano anterior.

Segundo os resultados divulgados pela empresa na noite de ontem, o lucro líquido chegou a US$ 4,093 bilhões entre abril e junho deste ano, ante US$ 8,147 bilhões no 2T21. Em real, o valor obtido neste semestre corresponde a R$ 20,221 bi.

Já a receita líquida da Vale ficou 11% abaixo do consenso: US$ 11,2 bilhões, contra US$ 16,514 bilhões do período comparado. Contudo, o resultado ficou ainda em linha com as estimativas da XP.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Proforma ajustado ficou em US$ 5,5 bilhões, também abaixo do estimado pelo consenso e em linha com as projeções da XP.

Atingindo um total de US$ 580 milhões, o Ebitda da divisão de metais básicos surpreendeu à XP, ficando 11% abaixo das estimativas da corretora.

Segundo os analistas, “os preços exorbitantes do níquel e um sólido desempenho em Onça Puma foram apenas parcialmente compensados pelo menor crédito de subprodutos após o menor preço do cobre no 2T22”. Por outro lado, segundo afirmaram no seu relatório, “o Ebitda do cobre foi menor devido a reajustes provisórios de preços e maiores custos de manutenção e materiais em Salobo e Sossego”.

Apesar dos resultados preocupantes, a XP Investimentos mantém sua recomendação de compra para as ações da VALE3, negociando a 3,5 EV/Ebitda 2022.

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“Os menores preços realizados de finos de minério de ferro e maiores custos de C1 e frete afetaram os resultados da Vale, apesar de um ambiente de volume de vendas saudável para minério de ferro e para preços de níquel. A geração de caixa foi melhor do que no 1T22, principalmente devido ao maior pagamento sazonal de imposto de renda no 1T22 e impacto positivo do capital de giro neste trimestre”, disseram os analistas em relatório.

Por sua vez, os resultados da Vale também foram piores que o esperado pelo Itaú BBA. Em relatório, o banco afirmou que o desempenho de custos mais fraco do que o esperado na divisão de minério de ferro e resultados mais fracos na divisão de cobre impactaram bastante na queda do lucro esperada pelos analistas.

Já a Genial Investimentos classificou o resultado da Vale como “levemente negativo”, levando em conta dois fatores fundamentais: o impacto do preço realizado inferior e do volume vendido menor que o esperado na receita, e os custos superiores aos estimados, fundamentalmente com o frete — que ficou em US$ 21,3/t no 2T22, sendo US$ 3,2/t acima do 1T22, o que reduziu as margens da companhia. O impacto do frete foi de o impacto do frete foi de US$ -1,2 bilhões.

Contudo, os analistas da corretora acreditam que “o lucro acima das expectativas e o lado de remuneração ao investidor permanecendo em pauta foram importantes eventos para compensar grande parte do resultado negativo”.

O dividend yield da Vale ficou em 10,0% em 2022, somando o total de proventos. A expectativa da Genial é de 15,0% no ano.

A Genial Investimentos manteve sua recomendação de compra para as ações da Vale.

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Jorge C. Carrasco

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