Usiminas (USIM5): Genial recomenda compra, mas corta preço-alvo: “Demanda de aço desacelerou”

A Genial Investimentos decidiu cortar o preço alvo da Usiminas (USIM5) após conversar com o CFO da companhia, Thiago Rodrigues. Mesmo assim, a expectativa é de que o resultado para o segundo trimestre de 2022 (2T22) seja positivo.

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O relatório assinado por Gabriel Tinem ressalta que, com o cenário macroeconômico mais desafiador e revisão de premissas a respeito do crescimento do setor siderúrgico brasileiro, o preço alvo foi de R$ 19 para R$ 15. A recomendação para as ações da Usiminas ainda é de compra.

A Genial ainda acredita na forte geração de caixa da empresa, com previsão do rendimento do fluxo de caixa livre em 32%, e pelo fato de que há uma grande demanda reprimida em virtude da escassez de semicondutores, podendo, desta forma, destravar grande valor em 2023.

Ponto importante a ser ressaltado é que há uma desaceleração na demanda global de aço. Ou seja, existe a possibilidade de diminuição de os preços praticados agora com a queda dos preços do minério de ferro.

O analista também afirma que trabalha com a hipótese de normalização do preço do carvão a partir do ano que vem.

Novo CFO da Usiminas revela diretrizes (e menciona dividendos)

Após conhecer o time de Relações com Investidores e o novo CFO da Usiminas, Thiago Rodrigues, a Genial Investimentos aponta que os principais objetivos e desafios serão os seguintes:

  • Principais focos no curto e médio prazos, com a reforma do AF3 (Alto-Forno #3);
  • Utilização de sua experiência operacional para a redução de custos de forma a garantir um importante diferencial competitivo;
  • Comprometimento com as metas de descarbonização (ESG);
  • Dar maior transparência às estratégias de estrutura de capital da empresa a partir da resolução da questão do AF3, a partir de 2023.

“Em suma, não houve mudanças significativas nas políticas da empresa, os dividendos continuam sendo 25% do payout de forma geral e a transparência da estrutura de capital continua sendo algo para o futuro. A ideia é dar continuidade à gestão anterior”, afirma o analista.

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A Genial ainda aponta que a reativação dos altos-fornos de Cubatão é improvável no momento, considerando a estratégia da própria companhia.

De acordo com Tinem, não deve haver religamento por dois motivos:

  • O primeiro, vinculada às emissões de gases poluentes, o que dificulta em grande parte o atingimento das metas de descarbonização da empresa.
  • O segundo, o fato dos altos-fornos estarem desligados permite que a Usiminas tenha maior flexibilidade na operação, “podendo desligar a sua etapa de laminação mais rapidamente em momentos adversos (como foi o caso da pandemia), preservando caixa”.

Assim, para a retomada bastaria a reativação da laminação, que é um processo relativamente rápido.

Previsões para o 2T22 da Usiminas

Já na teleconferência da companhia sobre o 1T22, a Usiminas disse que aproximadamente 20% dos contratos de janeiro junto às empresas de automotivos e montadoras foram reajustados, o que levou a um dos boosts observados no trimestre do lado siderúrgico.

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“Já os 80% remanescentes foram realizados em abril, com ajustes de 50% a 60%, o que deve proporcionar melhoras significativas dentro da receita”, afirma o texto.

A Genial espera um crescimento de receita por tonelada superior a 10% em comparação ao trimestre anterior, o que deve alcançar alta de 17,6% sobre o 1T22.

O analista espera uma queda no volume vendido, resultado de menor exportação, “tendo em vista a menor atratividade do ponto de vista logístico e ao mix de produtos de menor qualidade e que agregam menor valor”.

Sobre a situação doméstica, a perspectiva é de crescimento. Foi projetado um volume de vendas totais de cerca de 1,05 Mt (-7,2% t/t e -19,9% a/a) no 2T22.

Os números de mineração devem se recupe rar após os períodos de chuvas vivenciados no 1T22.

“Assim, projetamos um volume vendido de 1,9 Mt (+19,3% t/t e -6,5% a/a), com um período marcado por uma média de preço superior ao 1T22 em termos de referência (142 $/t vs 141,5 $/t no 1T22), mas valendo lembrar a queda no final do trimestre o que deve impactar as provisões e os preços realizados”, afirma o analista.

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Sobre o lucro líquido do 2T22 da Usiminas, a estimativa é de R$ 1,33 bilhão, queda de 70,8% na comparação anual e aumento de 5,1% sobre o trimestre imediatamente anterior.

O Ebitda da Usiminas é esperado em R$ 1,97 bilhão, com diminuição de 61,2% sobre o mesmo período do ano anterior e +26,1% sobre o 1T22.

Cotação

A Usiminas fechou a segunda-feira (18) em alta de 1,07%, a R$ 8,47. No ano, acumula queda de 43,42%.

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Victória Anhesini

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