Venda da Braskem (BRKM5) trava em meio à queda de 40% e ‘pouca movimentação dos sócios’

O processo de venda da Braskem (BRKM5) travou, novamente, em meio a uma baixa de 40% nos papéis no acumulado de 2022.

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Segundo informações do jornal Valor Econômico, os sócios da companhia – Petrobras (PETR4) e Novonor (antiga Oderbrecht) – têm feito poucos movimentos para realizar a venda da Braskem.

Em suma, isso se dá por causa do cenário negativo para o mercado de ações – nenhuma companhia fez estreia na bolsa em 2022.

Além disso, as trocas de comando na Petrobras também são citadas por fontes anônimas ouvidas pelo jornal como um fatores para que a venda esteja empacada.

Já na Novonor, que é assessorada pelo Morgan Stanley, não houve definição de um novo cronograma após a suspensão da oferta de ações preferenciais em meados de janeiro.

O preço de R$ 33 por ação BRKM5 também é um dos pontos para que a venda não tenha avançado – o patamar não geraria quantias relevantes para a quitação de dívidas e não é atrativo para os sócios atuais.

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Vale lembrar que a soma da dívida dos bancos que têm ações em garantia é de cerca de R$ 15 bilhões, e boa parte dos dividendos da Braskem é usada para reduzir esse montante.

Para efeito de comparação, a cifra é mais do que a metade do valor de mercado da Braskem – cerca de R$ 27 bilhões.

Entre os players que mostraram interesse na Braskem, estão:

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Em comunicados anteriores, a companhia destacava a possibilidade de venda, no curto prazo, da venda da fatia da Novonor.

A Novonor detém cerca de 38,3% do capital da Braskem, ante 36% da Petrobras – das duas, somente a primeira exerce a controladoria da empresa.

Além do revés do cenário de bolsa, com inflação alta, recessão à vista nos EUA e alta da Selic, analistas preveem uma retração nos spreads petroquímicos da companhia. Da mesma forma, esse cenário penaliza a cotação das ações da Braskem.

“Os spreads petroquímicos estiveram sob pressão nos últimos meses e devem permanecer mais fracos do que o esperado anteriormente em 2022-2024”, diz o Bank of America.

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A previsão é de que a Braskem tenha um lucro de R$ 7,7 bilhões no acumulado de 2022, ante R$ 11,6 bilhões vistos em 2021.

Em 2023, o cenário deve ser ainda pior, com estimados R$ 3,2 bilhões de lucro líquido. Em 2024, a projeção é de R$ 1,9 bilhão de lucro, totalizando queda de 75% ante 2022 e de 83% ante 2021.

Segundo os analistas Frank McGann e Leonardo Marcondes, ouvidos pelo Valor, em 2022 os spreads de polietileno (PE) no Brasil devem atingir na média aproximadamente US$ 500 por tonelada. Esse preço significa uma baixa de 53% no comparativo anual.

Ou seja, os spreads menores devem ser o principal trigger para uma folga menor nas altas das ações da Braskem. O BofA cita ainda os preços do petróleo e do gás natural, que elevam os custos das matérias-primas da companhia – nafta e etano.

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Eduardo Vargas

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