BNDES quer privatizar mais de quatro empresas até o final de 2022

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, prevê a privatização de ao menos mais quatro privatizações em 2022.

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Ao Valor Econômico, o diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, Fábio Abrahão, afirmou nesta quinta-feira (14) que estão em estruturação a privatização das seguintes empresas:

  • a geradora de energia gaúcha CEEE-G;
  • a empresa de mobilidade urbana CBTU de Belo Horizonte;
  • a distribuidora de gás ES Gás,
  • e a Ceasaminas (de abastecimento de produtos alimentícios).

Para ele, o ano eleitoral não terá impacto direto nesses processos. “São projetos em fase mais avançada, que já passaram pelas etapas internas no Executivo, Legislativo. Então, não vemos interferência”.

Outras privatizações já estavam sendo esperadas, tanto pelo governo federal quanto pelo mercado, como a da Santos Port Authority (SPA), que cuida da administração do Porto de Santos, mas Fábio disse essa não deve sair a tempo.

“Queremos publicar o edital neste ano, para ter o leilão pronto [para 2023]. Esse é um processo muito complexo, que tem de ser feito com cuidado”, afirmou o diretor.

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O BNDES também enfrentará outro desafio este ano: a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

A empresa tentou realizar a abertura de capital, mas foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), sendo oficialmente cancelada na quarta-feira (13). O governo do RS pretende tentar uma nova modelagem, com a venda direta de 100% das ações da companhia.

O presidente da Corsan, Roberto Barbuti, acredita que ainda é possível realizar o leilão em 2022, do ponto de vista técnico, com a ideia de lançar o edital para a privatização logo em seguida ao segundo turno das eleições presidenciais, com a intenção de fazer a concorrência em dezembro.

O diretor acredita que o processo e estudos para a nova modelagem de privatização não são tão complexos. Desta forma, o trabalho realizado até agora receberia apenas uma nova roupagem, uma vez que alguns itens não precisarão ser refeitos, como a negociação com os municípios.

O novo modelo precisa introduzir novas audiências públicas e rodadas de conversa com o mercado, já que o perfil de interessado tende a mudar.

Com o calendário eleitoral, que tende a trazer turbulências políticas e outros desafios específicos a cada empresa, a percepção geral é que seja difícil finalizar o processo em 2022.

BNDES: Paulo Guedes cobrou dívida bilionária em cerimônia

Durante cerimônia de comemoração dos 70 anos do BNDES, o ministro da Economia, Paulo Guedes, lembrou que a instituição financeira deve à União e criticou posicionamento jurídico apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU).

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O evento do BNDES aconteceu em 20 de junho, no auditório do edifício-sede do banco. O discurso foi acompanhado por funcionários, gestores do banco e convidados, e também foi transmitido pelas redes sociais.

A crítica de Guedes foi apresentada após ele destacar as novas diretrizes na administração do banco e classificar de “brilhante” o trabalho realizado nos últimos três anos.

Segundo o ministro, nesse período, foram devolvidos cerca de R$ 260 bilhões.

“Ainda estão devendo. E nos aplicaram uma rasteira. O pessoal do jurídico que deve estar por aí foi ao TCU. A inflação subiu e quando a inflação sobe, aumenta o subsídio. A capitalização à base de empréstimo é com taxa longa fixa. Quando a inflação sobe, o Brasil está subsidiando o BNDES. Mas o jurídico do BNDES teve a coragem de ir ao TCU para convencer o TCU de que é o contrário. E o TCU caiu. Falaram que se devolvesse agora, haveria uma perda para o banco. É o contrário. O BNDES está se beneficiando. Vocês deveriam estar devolvendo porque o Brasil está precisando”, avaliou.

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presidente do BNDESGustavo Montezano, comentou que foram devolvidos cerca de R$ 400 bilhões. “Não foi isso não”, insistiu Guedes.

Em outro momento do discurso, ele voltou ao assunto. “Se for R$ 400 bilhões, está legal. Se for R$ 260 bilhões, está me devendo R$ 140 bilhões e tem que pagar até o fim do ano. E aí vocês têm que pegar o jurídico de vocês e falar para eles: ‘colabora aí’. Não nos obriga a pedir os dividendos. Se não vamos ter que falar: ‘então, me dá 100% dos dividendos’”, disse.

Em seu discurso, Paulo Guedes elogiou a atuação do BNDES na desestatização da Eletrobras e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).

Também defendeu a privatização da Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3).

Ele propôs que os recursos obtidos fossem usados para a criação de dois fundos a serem geridos pelo BNDES: um de erradicação de pobreza e outro de reconstrução nacional.

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Victória Anhesini

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