Talude da Vale volta a se movimentar mais de 40 cm por dia, diz ANM
A velocidade do talude norte da mina de Gongo Soco da Vale, em Barão de Cocais (MG) voltou a ultrapassar os 40 cm por dia na tarde da última quarta-feira (5), de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM).
A movimentação do talude da Vale vinha perdendo velocidade deste o último final de semana, onde havia se deslocado 44,2 cm no domingo (2). Depois disso, o deslocamento caiu para 41,7 cm na segunda-feira (3) e 39,4 cm na terça (4). No entanto, na última tarde, a velocidade voltou a aumentar.
De acordo com a agência, o aumento do deslocamento diário não alterou o alerta sobre o possível rompimento.
Blocos se desprendem
Blocos do talude norte da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, se desprenderam na manhã desta sexta-feira (31), no entanto, de acordo com a Vale, a estrutura da barragem Sul Superior não foi afetada.
De acordo com a Vale, o material deslizou “de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”.
Saiba mais: Blocos do talude da Mina de Gongo Soco da Vale se desprendem
A estrutura da mina de Gongo Soco fica a 1,5 quilômetros da barragem Superior Sul. O principal receio por parte da Defesa Civil e da Agência Nacional de Mineração (ANM), é de que o rompimento do talude da mina ocasione um rompimento em cadeia, destruindo a barragem Superior Sul e liberando 6 milhões de m³ de rejeitos.
Consequências de Brumadinho
Uma avalanche de lama destruiu a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, em 25 de janeiro deste ano. A quebra da barragem da Vale deixou 245 mortos e 25 pessoas seguem desaparecidas.
Além de destruir casas e tirar a vida dos moradores do local, os rejeitos liberados após o rompimento da estrutura atingiram a vegetação e o rio Paraopeba, causando também um desastre ambiental.
No entanto, por meio de nota na última quarta-feira (5), a Vale garantiu que o rio Paraopeba será recuperado. Os rejeitos que atingiram o rio serão levados para a usina de Retiro Baixo (77%) e para hidrelétrica de Três Marias (23%). Dessa forma, o rio São Francisco não será atingido pela lama.