B3 (B3SA3): BofA corta preço-alvo, mas segue otimista com as ações e recomenda compra
Em nova revisão sobre o case, o Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3). Os analistas agora veem um preço justo de R$ 14, ante R$ 11,44 de cotação atual – o que deixa uma folga menor para a alta das ações.
Apesar dessa revisão ter deteriorado o cenário para os papéis, os analistas do BofA recomendam compra para as ações da B3, citando os resultados recentes e a incorporação da Neoway.
“Esperamos lucro por ação estável em 2022 (no comparativo com 2021), considerando que as taxas mais altas do que o esperado devem levar a volumes mais fracos do que o previsto, compensando ganhos financeiros mais altos”, diz o relatório do banco.
“Pelo lado positivo, o crescimento da receita deve melhorar em 2023 com melhores volumes suportados pelos cortes da Selic, que devem ocorrer ao longo do primeiro semestre do ano em questão, segundo nossos economistas (estabilizando em 10,5%). Esperamos um crescimento de +cerca de 12% nos lucros em 2023 e 2025, à medida que aumentamos nossas estimativas de 22 em +1%”, seguem os analistas.
A estimativa é de um volume diário de negociação (ADTV) de cerca de R$ 30 bilhões no ano de 2022, saltando para R$ 32 bilhões e R$ 33 bilhões nos dois anos seguintes, “implicando em 125%/ 115%/ 105% de turnover velocity”, segundo o BofA.
“Cortamos nossas estimativas para incorporar uma Selic acima do esperado. No entanto, vemos riscos de alta em nossos volumes de negociação devido à volatilidade antes das eleições presidenciais, a ocorrerem em outubro”, dizem os analistas,
O banco cita três justificativas para mais negociações na B3 mesmo com juros em alta:
- Trades de alta frequência (representam algo em torno de 25% do volume total de negociações)
- Investidores de varejo (cerca de 15% do volume)
- Novos produtos mais atrativos, como ETFs, ADRs e Fundos de REITs (cerca de 10% do volume total)
Apesar disso, mesmo que a alta do volume total de negociações seja fundamental para a B3 no curto prazo, o BofA ainda vê a diversificação como “essencial para apoiar o crescimento sustentável da receita”.
“A incorporação da Neoway pela B3 no 1T22 (big data analytics e empresa líder em IA) deve abrir caminho para que tecnologia e dados representem 18% do faturamento, de apenas 13% em 2021 (estimamos 19% e 21% em 2023 e 2024, respectivamente)”, destacam os especialistas.