Selic: Goldman Sachs considera improváveis cortes na taxa antes de julho de 2023

O Goldman Sachs divulgou relatório nesta quinta (30) com previsões sobre a trajetória da taxa Selic. No último dia 15, o Copom (Conselho de Política Monetária), do Banco Central (BC), decidiu elevar a taxa básica de juros da economia de 12,75% para 13,25% ao ano e sinalizou com um aumento de 0,5 ponto percentual na próxima reunião, em agosto. E o que virá depois? É o que o banco americano explica em sua avaliação, levando em conta, claro, projeções da inflação e o cenário macroeconômico. O banco considera remota a possibilidade de o BC reduzir a Selic antes do 2º semestre de 2023.

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No dia 21, a ata do Copom informou que poderão ser feitos ajustes nos passos futuros para “assegurar a convergência da inflação às metas, a depender da evolução do balanço de riscos, da atividade econômica e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária.” No relatório de hoje o Goldman Sachs foi mais preciso: acredita que o Copom deve seguir a trajetória de alta da Selic. Os analistas do banco consideram improváveis cortes na taxa até pelo menos julho de 2023 com o cenário macroeconômico deteriorado, que inclui inflação global e alta doméstica de preços sem dar trégua.

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O Goldman Sachs comenta no relatório que o Copom deve seguir com as altas na Selic: “No geral, é improvável que os cortes nas taxas se concretizem muito antes do segundo semestre de 2023, e provavelmente apenas moderadamente.”

A previsão é de que a reunião do Copom de agosto eleve a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, chegando a 13,75%, como já acenou o BC. O estudo do GS se baseia nas incertezas do cenário macroeconômico e dos riscos e apertos ficais do país.

O relatório também traz a possibilidade de o ciclo de altas se alongar, uma vez que as previsões de inflação para 2023 e 2024 devem avançar. As chances de a alta dos preços ultrapassar a meta do BC em 2023 são de 29% e de 10% em 2024.

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Selic, inflação e o impacto da redução dos impostos

Após o anúncio da redução dos impostos (Pis/Cofins federal e ICMS estadual) nos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, o Goldman reduziu a projeção do IPCA de 2022 de 9,1% para 7,5%.

Apesar de diminuir a previsão deste ano, as medidas têm impacto direto nas contas fiscais de 2023 – e é por isso que o Goldman aumentou a previsão da inflação para o ano seguinte, de 5,0%, na última avaliação do banco, para 5,4%.

De acordo com o Copom, as medidas fiscais implicam “uma redução considerável da inflação no ano corrente, mas um aumento de menor magnitude da inflação no horizonte relevante para a política monetária”.

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O Copom afirma que as taxas de crescimento no Brasil estão acima das expectativas. O mercado de trabalho tem dado indícios de recuperação, com dados positivos de novos empregos e diminuição da taxa de desempregados. Mas o cenário no geral ainda é incerto e volátil e exige que os riscos sejam avaliados com cautela.

O quadro no mundo se deteriorou ainda mais, marcado por revisões em baixa das perspectivas de crescimento global em um ambiente de pressões inflacionárias fortes e persistentes.

O barril de petróleo, por exemplo, segue em alta e a expectativa é de se manter acima dos US$ 100, encerrando este ano em US$ 110 o barril – com aumento previsto para o começo de 2023 em 2%.

Se esse cenário se estabelecer, a inflação global atinge um pico de 12% no segundo trimestre de 2022 e encerraria o ano em 8,8%. Para o fim de 2023 a expectativa é de 4% e 2,7% para o mesmo período de 2024. A crise global ainda atinge os preços da commodities, que podem aumentar à medida que a moeda local perde valor. Outro ponto a ser levado em consideração pelo Copom é uma possível desaceleração da atividade econômica, maior do que a esperada. O que, segundo o Goldman Sachs, fará com que a autoridade monetária não tenha outra alternativa a não ser continuar com a Selic sem cortes — isso até, pelo menos, o início do segundo semestre de 2023.

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Redação Suno Notícias

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