Gol (GOLL4): banco corta preço-alvo da ação em 73,7%, mas recomenda compra; entenda por quê
Nesta quarta-feira (29), o BB Investimentos cortou, em relatório, o preço-alvo dos papéis da Gol (GOLL4) em 73,7% ao final de 2023. Passaram de R$ 33 para R$ 19. A instituição ainda mantém, no entanto, recomendação de compra para as ações da companhia.
As ações da Gol caíram 2,88% nesta quarta (29), cotadas a R$ 9,42. Segundo Renato Hallgren, analista do BB-BI e redator do relatório, foram incorporados na avaliação da empresa os resultados de 2021 e do 1T22, levando ainda em conta as premissas macroeconômicas, como crescimento do PIB, inflação, juros e preço dos combustíveis do setor da aviação.
No documento, o banco explica que a redução da liquidez nas economias globais “deverá encerrar um ciclo longo de ‘dinheiro barato’” no mercado, com juros reais negativos e incentivos fiscais e monetários estatais em diversos países.
Hallgren afirma ainda que a recuperação da demanda do setor da aviação corre risco de ser mais lenta do que se estimava anteriormente. Ele explica que “a capacidade de consumo da população poderá ser direcionada em maior parte para orçamento familiar, arrefecendo a demanda no segmento de lazer enquanto a retomada dos voos corporativos demonstra menor elasticidade em relação ao aumento no preço das tarifas”.
Para o banco, o foco das companhias aéreas estará nas novas fontes de receitas, como o transporte de cargas e programas de fidelidade.
Além disso, as margens operacionais do setor para os próximos trimestres poderá estar pressionada pela concorrência direta entre as três principais empresas do mercado.
Em relação às expectativas do mercado a respeito das ações da Gol, o BB Investimentos argumenta: “Os papéis GOLL4 seguem pressionados pelas altas nas cotações internacionais do petróleo e também pelo desvalorização da moeda nacional frente ao dólar, com impacto direto na precificação de tarifas de passagens aéreas limitando a velocidade de recuperação na demanda por viagens nacionais e internacionais”.
Um fator que pode impactar diretamente na precificação das tarifas de passagens aéreas é a desvalorização do real frente ao dólar. O analista acredita que isso pode limitar a velocidade de recuperação na demanda por voos nacionais e internacionais.
“Os investidores ainda seguem com maior cautela a tese de crescimento para o setor de mobilidade urbana, turismos e negócios no período de reabertura pós pandemia, em função da necessidade de elevação nas taxas de juros e redução gradual de liquidez com potencial redutor de atividade econômica nos próximos trimestres”, diz o relatório sobre a Gol.