BofA estima 40% de risco de recessão nos EUA no ano que vem
O Bank of America (BofA) estima que há 40% de risco de os EUA entrarem em recessão no ano que vem, em meio à combinação de crescimento econômico fraco e inflação persistentemente elevada no país.
Em relatório, o banco explica que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ficou “atrás da curva”, demorando para agir no combate à escalada inflacionária, e enfrenta um horizonte desafiador.
Nesse cenário, a instituição prevê que os juros chegarão ao pico acima de 4%, antes de a inflação se estabilizar em cerca de 3% – superior à meta de 2% do Fed.
O BofA também cortou a previsão para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre, de 2,5% para 1,5%, após contração de 1,5% no primeiro trimestre.
Fed reforça compromisso com preços estáveis, em relatório a Congresso dos EUA
Em relatório semianual endereçado ao Congresso dos EUA, divulgado nesta sexta-feira, 17, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reconheceu que a inflação no país segue muito elevada e reforçou compromisso “incondicional” em restaurar a estabilidade de preços.
Após acelerar o aperto monetário e subir juros em 75 pontos-base na última quarta-feira, o Fed reiterou nesta sexta que novos aumentos poderão ser apropriados.
Segundo a instituição, as métricas de expectativas inflacionárias no curto prazo subiram, enquanto as de mais longo prazo avançaram em ritmo menos acentuado.
“O Comitê Federal de Mercado Aberto está perfeitamente ciente de que a inflação elevada impõe dificuldades significativas, especialmente naqueles menos capazes de lidar com custos mais altos de itens essenciais”, ressalta o documento.
O Fed acrescenta que a demanda por trabalhadores tem superado a oferta, o que provoca desequilíbrios no mercado de trabalho e aumento “robusto” dos salários. A autoridade monetária prevê ainda que, após contração nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deve crescer “moderadamente” no segundo trimestre.
Biden culpa alta nos preços de gasolina por pessimismo econômico
Em entrevista à Associated Press, o presidente dos EUA, Joe Biden, culpou o avanço dos preços de gasolina pelo pessimismo econômico do país e disse que, antes disso, as “coisas estavam muito mais otimistas”.
O presidente democrata reconheceu que os norte-americanos estão pagando muito mais para colocar comida na mesa e combustível em seus carros, o que está pesando sobre sua popularidade. “Se você quiser um barômetro direto do que as pessoas vão conversar na mesa de cozinha ou da sala de jantar e se as coisas estão indo bem, é o custo da comida e o custo da gasolina na bomba”, disse.
Sanções à Rússia
Biden disse que não considerou o impacto político doméstico dos esforços dos EUA em punir a Rússia por sua invasão da Ucrânia. Sem tal ação, ele disse: “Temo que o que aconteceria a seguir é que você veria caos na Europa.”
Ele acrescentou: “Não se trata de minha sobrevivência política. Isso é sobre o que é melhor para o país.”
Biden sugeriu que está disposto a pagar um preço político como resultado, dizendo que seu conselho para os jovens interessados no serviço público é: “A menos que você saiba o que vale a pena perder, não se engaje”.
Otimismo por legislação
Ainda sofrendo com o colapso, em dezembro, de um pacote democrata maciço para expandir a rede de segurança social e abordar as mudanças climáticas, Biden indicou estar esperançoso de que um projeto de lei reduzido pode ser aprovado antes das eleições de meio mandato, em novembro.
As objeções do senador democrata Joe Manchin aniquilaram os esforços anteriores, em meio a preocupações com a inflação nos EUA. Biden precisa que todos os 50 democratas apoiem um pacote para contornar a oposição do Partido Republicano. “Há mais de uma maneira de reduzir o custo para os trabalhadores”, disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Com Estadão Conteúdo