Lira diz que CEO da Petrobras (PETR4) ‘massacra governo’ e sugere dobrar taxação de lucros

Após a Petrobras (PETR4) anunciar um novo reajuste de preço nos combustíveis, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não economizou críticas à cúpula da estatal – especialmente ao CEO da companhia, José Mauro Coelho. Lira afirmou que a alta da gasolina e do diesel é uma retaliação do presidente da estatal ao governo, que o demitiu em 24 de maio, 40 dias após assumir o comando da petroleira.

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Segundo Lira, o reajuste ocorreu porque o presidente da Petrobras, Mauro Coelho, continua à frente da companhia.

Caio Mario Paes de Andrade já foi indicado pelo governo para substituí-lo, mas ainda não tomou posse como presidente da estatal. A troca precisa seguir as regras de governança e compliance da empresa. Coelho está desde abril no comando da empresa.

Lira pediu a renúncia de Coelho, para agilizar o processo.

“Estamos perplexos. O presidente da Petrobras, como retaliação pelo seu desligamento – não tenho dúvida disso -, aprovou o reajuste dos combustíveis numa reunião convocada pela companhia às pressas em pleno feriado. Está demitido pelo acionista majoritário, que é o Brasil. Ele já poderia ter entregado seu cargo. Está postergando sua saída como forma de talvez massacrar pela sua demissão”, disse Lira em entrevista à GloboNews.

“Isso está fazendo mal não só a ele, mas ao Brasil e à economia brasileira“, acrescentou.

Lira voltou a dizer que reunirá com líderes no Congresso para discutir a política de preços da Petrobras e tentar reverter o lucro da estatal para a população.

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Na quinta (9), o presidente da Câmara já havia anunciado nas redes sociais que convocaria um encontro na próxima segunda (20) para debater o tema.

De acordo com Lira, não há relevância e urgência para que o Conselho da Petrobras, capitaneado pelo presidente, proponha aumento “nesta magnitude” nos preços dos combustíveis.

“Governo pode dobrar taxação de lucro da Petrobras”

Lira (PP-AL) afirmou ainda que o governo federal pode dobrar a taxação dos lucros da Petrobras para reverter em benefício ao consumidor.

“Não custava nada para a Petrobras diminuir um pouco os seus lucros agora e esperar o resultado do que nós estamos fazendo, para diminuir a inflação dos mais vulneráveis. Ela não tem, absolutamente, nenhuma sensibilidade”, afirmou Lira, em entrevista à GloboNews.

O presidente da Câmara disse que a estatal é um “monopólio puro na veia”, que precisa ser combatido, e trabalha para pagar dividendos a acionistas minoritários. “Nós não queremos o caos, mas nós vamos abrir essa caixa preta da Petrobras e responsabilizar essa diretoria e esse presidente por esses atos de má-fé com o povo brasileiro”, emendou.

“Aqui a Petrobras paga de CSLL [Contribuição Social Sobre Lucro Líquido], por exemplo, x% sobre o lucro. Nós vamos, por exemplo, dobrar essa taxação e tentar reverter isso diretamente para a população, para que também não entre no caixa do governo”, sugeriu Lira, ao citar como exemplo o que é feito nos Estados Unidos.

Na quinta-feira, Lira anunciou que vai convocar para a próxima segunda-feira, 20, uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobrás. No Twitter, o deputado elevou o tom contra a estatal, chamou a empresa de “país independente” e disse que a companhia declarou guerra ao povo brasileiro.

Nesta sexta, o presidente da Câmara afirmou que a reunião vai ser “muito dura”.

Presidente da Petrobras ‘não tem sensibilidade’, diz Lira

“A falta de sensibilidade deste presidente, desta diretoria e deste conselho faz com que nós tenhamos que tomar medidas mais duras ainda contra esse monopólio absoluto da Petrobras”, afirmou Lira, durante a entrevista.

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Em tom crítico à atuação da Petrobras, Lira disse ainda que a estatal não cumpre com a transparência prevista pela Lei das Estatais.

“A Petrobras não revela como faz a contabilização dessa política de preços”, afirmou o presidente da Câmara, destacando a necessidade de acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para averiguar o monopólio existente na empresa.

Lira reforçou que, apesar de sempre ter existido um cuidado excessivo com o “fantasma do desabastecimento”, é necessário discutir a política de preços internacionais da Petrobras.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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