Ibovespa sobe, com leitura positiva sobre o Fed; Petrobras (PETR4) cai 1,76%

Ibovespa hoje fechou esta quarta-feira (15) em alta de 0,73% aos 102.806,82 pontos, após oscilar entre 103.951,95 e 102.046,47 pontos. O volume financeiro foi de R$ 85,3 bilhões, quase o triplo da média, muito reforçado pelo vencimento de opções sobre o índice. Na semana, ainda cede 2,54% e, no mês, 7,67% – no ano, a perda está em 1,92%.

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A decisão do Federal Reserve de elevar a taxa de juros americana em 0,75 ponto porcentual – acima do meio ponto que o mercado esperava até os dados de inflação da semana passada, que resultaram em reformulação de expectativas – não impediu que o índice Bovespa cortasse a série negativa e encerrasse hoje em alta, após oito perdas seguidas que haviam consumido 10.329 pontos entre os fechamentos dos dias 2 e 14.

“Nesse momento de muita incerteza ainda sobre a magnitude de aumento de juros pelo Fed, as empresas intensivas em capital, como as de tecnologia, do Nasdaq, oferecem risco maior, o que tende a favorecer setores mais consolidados, como bancos e indústrias de alimentos”, avalia Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.

Apesar da decisão do Fed ter ficado em linha com o esperado nesses últimos dias, a confirmação de que os custos de crédito na maior economia do mundo vão se tornando restritivos, em ritmo superior ao que se antecipava há pouco tempo, seria fator suficiente para moderar o apetite dos investidores por risco.

Mas o mercado parece ter preferido olhar o copo meio cheio ao longo das explicações de Jerome Powell, nesta tarde – de início, Dow Jones e S&P 500 chegaram a oscilar para o negativo, colocando o Ibovespa na mínima do dia, que correspondia até então à abertura da sessão.

Na entrevista coletiva após o comunicado sobre a decisão, Powell disse que a elevação de 0,75 ponto nos juros é “incomumente” alta e que espera que “não se torne comum”, embora tenha deixado a porta aberta para aumento de 0,50 ou 0,75 ponto na próxima reunião do comitê de política monetária, o Fomc, em julho. Powell observou também que, na visão do Fed, o nível neutro de juros nos Estados Unidos – o patamar em que nem estimulam nem restringem a atividade econômica, condizente com o potencial do PIB e inflação estável – está entre 2% e 3%, e que os dirigentes do BC esperam juros “modestamente restritivos” no fim do ano.

“A temida ‘super quarta’ vinha sendo a vilã da semana até que veio o Dia D, e aí valeu o sentido de cair no boato e subir no fato. O resultado da reunião do Fed mostra a preocupação de trazer a inflação para perto da meta, de 2% no longo prazo, mas sem prejudicar a economia e deixar de alcançar o máximo emprego. A discussão passa a ser em quanto ficará o aumento nas próximas reuniões, o que dependerá também de como a inflação se comportará, assim como a economia americana”, diz Eduardo Telles, especialista em renda variável da Blue3.

“A inflação nos Estados Unidos, desancorada, levava parte do mercado a esperar aumento de 0,75 ponto na reunião de hoje, tornando o Fed um pouco mais ‘hawkish’ com a última leitura (sobre a inflação). O remédio é amargo mas necessário. Para o Copom, a expectativa é de meio ponto, com parte do mercado esperando 0,75 ponto, em postura mais dura, que deve prevalecer também na próxima reunião do Fed”, diz André Rolha, líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice Investimentos.

Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, chama atenção para a falta de unanimidade na decisão desta quarta-feira do Federal Reserve, na qual, por um lado, a instituição destacou o forte avanço da inflação – com fatores de risco externo que têm persistido, como a guerra na Ucrânia e os ‘lockdowns’ na China – e, por outro, o aquecimento do mercado de trabalho americano – lembrando, observa a economista, que o mandato do Fed é dual, focado em inflação e emprego.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quarta, em uma sessão na qual mercado acionário teve extrema atenção à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). A alta de 75 pontos-base nos juros pela autoridade vinha sendo antecipada por boa parte dos analistas, e reforçou a percepção de que o Fed agirá com vigor para combater a inflação. Além disso, o presidente Jerome Powell disse que a medida de hoje é “incomum”, e que uma alta de 50 pontos não está descartada na próxima reunião.

  • Dow Jones sobre 1,00%, aos 30.668,27 pontos;
  • S&P 500 aumenta 1,46%, aos 3.789,91 pontos;
  • Nasdaq avançou 2,50%, aos 11.099,15 pontos.

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dólar à vista fechou em baixa de 2,11%, a R$ 5,0260, depois de oscilar entre R$ 5,0190 e R$ 5,1344.

O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira. Os contratos futuros caíram durante toda a manhã, enquanto o mercado digeria o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), a alta nos estoques dos Estados Unidos e a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionou petroleiras. Depois, o óleo acelerou as perdas após a decisão do Federal Reserve (Fed) de elevar os Fed funds em 75 pontos-base dar força momentânea ao dólar, que, por sua vez, pressionou ainda mais commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho recuou 3,04% (US$ 3,62), a US$ 115,31, enquanto o do Brent para o mês seguinte caiu 2,19% (US$ 2,66) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 118,51.

O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em leve alta nesta quarta-feira, em meio ao arrefecimento do dólar e dos rendimentos dos Treasuries. Os investidores estão na expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que deve subir a taxa básica de juros em 75 pontos-base, conforme precificado pelo mercado.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão em alta de 0,34%, a US$ 1.819,6 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, os papéis da Petrobras (PETR3, PETR4) não conseguiram acompanhar a melhor dos ativos de risco do índice e terminaram com -1,31% e -1,76%, respectivamente.

Quem liderou as maiores quedas do índice nesta quarta foi Braskem (BRKM5), que perdeu 2,27%. Demais quedas foram PetroRio (PRIO3), com -1,48% e CSN Mineração (CMIN3), que caiu 1,46%.

Qualicorp (QUAL3) liderou o ranking das maiores altas nesta véspera de feriado com +14,64%, seguida de CVC (CVCB3), com valorização de 13,19% e Banco Inter (BIDI11) que teve elevação de 9,33%.

Grandes bancos também avançaram: Banco do Brasil (BBAS3) cresceu 1,58%, Santander (SANB11) subiu 0,38%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) ganhou 0,71% e 0,70%, respectivamente, Itaú (ITUB4) teve +0,42%. Já Vale (VALE3) registrou leve queda de 0,06%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Com avanço da inflação, Fed eleva juros em 0,75 ponto percentual, maior alta desde 1994
  • Petrobras (PETR4): Com possível falta de combustíveis, estatal deve ‘retomar’ refinarias

Com avanço da inflação, Fed eleva juros em 0,75 ponto percentual, maior alta desde 1994

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed), decidiu nesta quarta (15) elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 1,50% e 1,75% ao ano. Foi a terceira alta das taxas do país desde 2018 e o maior aumento desde 1994. O colegiado acenou com novos aumentos nos próximos encontros.

aumento do Fed era esperado pelo mercado, com a alta de preços nos EUA, constatada na última sexta (10) pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). O indicador revelou avanço de 1,0% em maio em relação a abril, segundo o Departamento de Trabalho do país. O resultado é uma forte aceleração da inflação dos EUA em relação à alta de 0,3% no mês anterior e superou a previsão de analistas do The Wall Street Journal, que previam alta de 0,7%. O resultado fez as bolsas no mundo todo desabarem desde sexta, com a previsão de aperto monetário pelo Fed.

Até a semana passada, um aumento de 0,75 p.p era visto como pouco provável pelo mercado. Porém, após o índice de preços ao consumidor de maio mostrar taxa mensal de 1,0% e anual 8,6%, ambas acima do consenso de analistas, as apostas para uma elevação em 75 pontos-base ganharam fôlego.

Tornaram majoritárias e quase unânimes na noite de anteontem, após repórteres do Wall Street Journal e da CNBC apontarem que dirigentes do Fed poderiam considerar uma elevação em maior intensidade para tentar reancorar as expectativas.

A decisão do colegiado do Fed, o Banco Central americano, nesta quarta não foi unânime. Uma das integrantes do Fomc, Esther George, presidente da distrital de Kansas City, sugeriu alta de 0,5 pp.

Além da inflação, o comitê do Fed citou como motivos para a elevação das taxas de juros a guerra na Ucrânia — que pressiona também a alta de preços – e as medfidas restritivas da China contra a disseminação da Covid-19. O Fomc mencionou em seu comunicado que a atividade econômica mostrou algum avanço no primeiro trimestre.

Diz o comunicado do Fed: “A invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas. A invasão e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global. Além disso, os bloqueios relacionados ao COVID na China provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários.”

E acrescenta, citando a alta de preços: “O Comitê está fortemente comprometido em devolver a inflação ao seu objetivo de 2%.”

Com a decisão do Fed, as bolsas em Nova York, que abriram em alta e já precificavam o aperto do Fed, reduziram os ganhos, mas voltaram a acelerar e fecharam em alta: Dow Jones subiu 1%, o S&P 500 avançou 1,46% e Nasdaq ganhou 2,5o%. O Ibovespa encerrou o pregão com alta de 0,73%, aos 102.806 pontos. O dólar terminou a sessão em baixa de 2,11%, cotado a R$ 5,0260.

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Petrobras (PETR4): Com possível falta de combustíveis, estatal deve ‘retomar’ refinarias

Petrobras (PETR4) informou, na terça (14), que analisa um pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para adiar as paradas que já estão programadas para manutenção de refinarias no segundo semestre do ano, como forma de não impactar a produção de diesel.

Com o panorama atual da Petrobras, especialistas apontam que no segundo semestre há um risco considerável de desabastecimento do produto no mercado interno, devido a um aperto de oferta no mercado internacional decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.

A Petrobras já realizou este ano duas paradas para manutenção: na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em fevereiro, e na Refinaria Henrique Lage (Revap), em abril. Para o segundo semestre, estavam programadas paradas em mais três refinarias, nos meses de agosto, setembro e outubro.

“A ANP solicitou à Petrobras informações sobre as paradas de manutenção de unidades de refino no segundo semestre de 2022, que tenham impacto na produção de diesel, e sobre a possibilidade de postergação das mesmas. A Petrobras está analisando o pedido, levando em conta a legislação aplicável (NR-13) e as condições operacionais e de integridade das unidades”, disse a estatal.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +0,73%
  • IFIX hoje: +0,11%
  • IBRX hoje: +0,68%
  • SMLL hoje: +2,74%
  • IDIV hoje: +1,07%

Cotação do Ibovespa nesta terça (14)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (14) em queda de 0,52% aos 102.063,25 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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