Pressão na Petrobras (PETR4): governo quer que empresa segure aumento de combustíveis

A cúpula da Petrobras (PETR4) recebeu um pedido do governo Jair Bolsonaro para que não aumente os preços do gasolina e do diesel nas refinarias. Segundo o argumento do Palácio do Planalto, o Executivo aguarda a aprovação de projetos sobre limites do ICMS no Congresso para tentar diminuir o valor dos combustíveis. As informações são do jornal O Globo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/06/1420x240-Banner-Home-1-1.png

A reportagem do jornal do Rio diz que a Petrobras vem alertando o governo sobre a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado internacional. O último aumento da gasolina, lembra a matéria, ocorreu há 95 dias. O mais recente reajuste do diesel foi em 9 de maio e resultou em pressão do governo em relação à diretoria da Petrobras — e culminou com a exoneração do ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque, dois dias depois do aumento. O novo titular da pasta, Adolfo Sachsida,  assinou, em 23 de maio, a demissão do presidente da estatal José Mauro Coelho. Foi substituído por Caio Mário Paes de Andrade, que ainda não assumiu o cargo.

A defasagem da gasolina e do diesel está em 20%, estimam analistas do mercado. A estatal chegou a falar em risco de desabastecimento de diesel em função dos preços não reajustados. O quadro de pressão sobre o governo inclui ainda declarações de caminhoneiros, que ameaçam fazer greve caso ocorra novo reajuste.

Nesta terça, integrantes do Executivo, entre os quais o o ministro Sachsida, fizeram reuniões com Coelho, o presidente da Petrobras, além de, segundo o Globo, o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, e do presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber.

O jornal carioca informou, em outra reportagem, que o reajuste dos combustíveis é visto como “razoável” por membros do comando da Petrobras. Mas uma outra parte da cúpula tende a resistir e sugere anunciar reajustes de 6% e 7% da gasolina e do diesel. No início da noite a companhia publicou fato relevante dizendo que “evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/06/1420x240-Banner-Materias-01.png

O Palácio do Planalto insistiu, segundo uma fonte do Globo, que a Petrobras não reajuste os preços dos combustíveis enquanto tramitam no Congresso projetos como o que limita a 17% o ICMS. Integrantes do Conselho de Administração da companhia querem que a empresa não decida, ao menos esta semana, pelo aumento dos preços.

A pressão do governo se mantém forte, mas outra fonte disse ao Globo que a definição sobre o reajuste está nas mãos de um grupo na estatal que inclui o presidente Coelho, o o diretor Financeiro, Rodrigo Araujo Alves, e Claúdio Mastella, diretor de Comercialização e Logística da Petrobras.

Gasolina aditivada passa de R$ 9 no RJ antes de reajuste da Petrobras, diz agência

Mesmo antes de um provável reajuste de preços dos combustíveis pela Petrobras todos os combustíveis – e principalmente a gasolina – tiveram ligeiro aumento de preços na semana passada contra a anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A gasolina, que está há mais de três meses sem aumento, subiu 0,4% em relação à semana anterior na versão mais barata, atingindo R$ 7,247 o litro na média, dizem as informações da agência.

Já a gasolina aditivada passou dos R$ 9 o litro no Rio de Janeiro, registrando R$ 9,28 o litro na semana de 5 a 11 de junho. Na semana anterior, o preço máximo da aditivada era de R$ 8,99 o litro, indicando alta de 3,2%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

O diesel, cujo último aumento foi no dia 10 de maio, subiu menos, segundo os dados da ANP. O comum custava e média R$ 6,886, 0,05% a mais do que na semana anterior, enquanto o S10, menos poluente, custava em média R$ 7,008, alta de 0,04% em relação à semana anterior.

O diesel S10 mais caro foi encontrado na Bahia, onde funciona a refinaria privatizada no final do ano passado, a R$ 8,51 o litro.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Já o mais barato, a R$ 5,39 o litro, foi encontrado em Campinas, São Paulo. O gás de cozinha subiu 0,1%, para R$ 112,64 o botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP), e o Gás Natural Veicular (GNV) teve alta de 0,8%, para R$ 5,279.

Petrobras responde a rumores obre aumento de combustíveis

Em fato relevante divulgado no início da noite desta terça (14) a Petrobras divulgou nota ao mercado sobre os rumores sobre o reajuste de combustíveis.

Diz o comunicado: “Em relação às notícias veiculadas na mídia a respeito de expectativa de novos reajustes nos preços de combustíveis, a companhia mantém seu
compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.”

A Petrobras monitora “continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais”.

E conclui: “Para conferir transparência à sua gestão comercial, a Petrobras anuncia os ajustes de preços a seu  clientes por meio do site Canal Cliente (www.canalcliente.com.br) e, aos demais públicos de interesse, por meio do site (precos.petrobras.com.br). Em atendimento à Resolução 795/2019 da Agência Nacional do
Petróleo (ANP), a companhia também divulga a tabela de preços atualizada por localidade e modalidade de venda.”

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Marco Antônio Lopes

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno