IPCA sobe 0,46% em maio, abaixo das projeções; mercado reage bem

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, subiu 0,47% no mês de maio, ficando abaixo dos 1,06% registrados em abril e dos 0,83% anotados em maio do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com essa variação o IPCA ficou abaixo das expectativas do consenso dos analistas, já que o consenso Refinitiv mirava  uma alta mensal de 0,60% deixando o acumulado de 12 meses em 11,84%.

Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 11,73%, apresentando uma retração ante os 12,13% que eram vistos no fim do mês passado. Em 2022, há alta de 4,78% no IPCA.

“O Focus espera IPCA para o fim do ano em 8,90%, o que mostra que mercado espera que inflação possa recuar, apesar das pressões e preço do petróleo ainda alto. De ponto positivo, vemos o setor de habitação recuando. Isso é bom e tira a pressão da inflação em casa. Mas educação e transporte ainda estão muito altos. E com petróleo nesses níveis, sabemos que alimentos e transportes continuarão pressionados”, comenta Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores.

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O analista destaca que o mercado reagiu bem ao número, com dólar em queda e taxas de juros ‘fechando’. Apesar disso, a bolsa segue estável já que o Banco Central Europeu que deve anunciar o aumento de juros e isso influencia na moeda e na bolsa.

Impacto por segmento do IPCA

Segundo os dados segmentados do índice de inflação, o maior impacto para a inflação do mês veio dos transportes, que subiram cerca de 1,34% em maio por conta da alta de 18,33% no preço das passagens aéreas.

Já os combustíveis tiveram variação de preços de 1%, abaixo da alta de 3,20% do mês anterior.

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Logo em seguida no ranking, o segundo maior impacto fica com saúde e cuidados pessoais, com inflação de 1,01%.

Os produtos farmacêuticos, que tiveram alta de preços de 2,51% no período, foram, junto com as passagens aéreas, o item que mais pesou no acumulado do mês.

Já os alimentos tiveram inflação de 0,48% em maio,  abaixo dos 2,06% do mês anterior.

Alguns itens tiveram queda de preços, como tomate (-23,72%), batata-inglesa (-3,94%) e cenoura (-24,07%). Apesar disso, alguns produtos tiveram alta, como leite longa vida (4,65%) e cebola (21,36%).

O vestuário teve inflação de 2,11% e foi o grupo de despesas com maior alta de preços no mês. Habitação foi o único grupo com deflação (queda de preços) de -1,70%, segundo os dados do IPCA.

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Eduardo Vargas

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