Eletrobras (ELET3): demanda para o uso do FGTS na compra de ações chega a R$ 7,5 bilhões

A Eletrobras (ELET3) registrou uma demanda intensa de investidores que utilizaram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações:  ultrapassou o limite estabelecido pelo governo, de R$ 6 bilhões.

O pedido de reserva de ações da Eletrobras com o saldo do FGTS terminou nesta quarta-feira (8), ao meio-dia. De acordo com a apuração realizada pelo jornal Estado de S. Paulo, o total ficou em cerca de R$ 7,5 bilhões. Ou seja, por causa do limite, os valores solicitados individualmente por investidores pessoas físicas serão cortados.

Em caso de demanda maior que o teto, o prospecto da oferta aponta um máximo de R$ 50 mil por trabalhador, de forma que o número de pedidos de reserva consigam ser atendidos completamente, antes da necessidade de um rateio.

Conforme o documento, se ainda assim o corte for necessário, todos os pedidos serão atendidos com uma pequena redução ao valor desejado. Porém, o tamanho do corte dependerá do valor oficial da demanda.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Foi estabelecido que o trabalhador poderia utilizar, no máximo, metade do saldo do FGTS, sendo o aporte mínimo de R$ 200 para reservar ações da estatal. Dessa forma, quem tiver saldo de R$ 40 mil no FGTS só poderá destinar R$ 20 mil para a compra das ações da Eletrobras. No caso de o empregado ter mais de uma conta no FGTS, poderá usar até 50% do saldo de cada uma.

A demanda intensa vista pelo mercado se deve ao fato de que há possibilidade de uma maior rentabilidade do investimento, já que o FGTS rende 3% ao ano, valor muito abaixo da inflação atual – que já bate 7,89% ao ano, na última medição feita em abril.

O trabalhador que participar da oferta não poderá vender os papéis antes de 12 meses.

Na próxima quinta-feira (9) haverá a precificação das ações da Eletrobras e a oferta deve movimentar aproximadamente R$ 35 bilhões. Quando o processo chegar ao fim, o governo deixará, oficialmente, de ser o controlador da empresa.

Essa não é a primeira vez que os trabalhadores poderão utilizar parte do saldo do FGTS para comprar ações. Antes da Eletrobras, isso foi realizado com Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Variação e riscos

O trabalhador deve ficar atento aos riscos da operação. Como o mercado de ações é variável, os papéis da Eletrobras estarão sujeitos às oscilações do mercado financeiro.

Será preciso ter paciência e observar a evolução dos papéis no longo prazo, antes de vender as ações quando as cotações baixarem e houver prejuízo.

O investimento tem prazo mínimo de um ano. Quem comprar ações da Eletrobras com o FGTS terá de esperar pelo menos 12 meses para se desfazer dos papéis.

Após a venda, o dinheiro voltará para a conta do FGTS e só poderá ser sacado nas regras atuais, como demissão sem justa causa, financiamentos de imóveis, doenças graves ou o saque aniversário (saque que ocorre uma vez por ano em troca de não ter direito a receber o saldo em caso de demissão).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Assim como nos demais investimentos em mercado de capital, haverá a cobrança de 15% de Imposto de Renda. A alíquota incidirá sobre os rendimentos auferidos entre a data de aplicação e a data de resgate que excederem à remuneração da conta vinculada do FGTS de cada participante.

Última cotação da Eletrobras

A ação ordinária da Eletrobras encerrou a quarta (8) em alta de 0,81%, a R$ 42,14. No ano, acumula ganhos de 29,12%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Victória Anhesini

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno