Shopee corta frete grátis ilimitado e clientes reclamam nas redes; entenda

Na tarde de segunda-feira (6), a Shopee iniciou uma política mais restritiva sobre concessão de benefícios aos consumidores no Brasil. Cortou, por exemplo, o frete grátis de valor ilimitado nas lojas oficiais da plataforma.

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Os clientes da plataforma de e-commerce reclamaram da posição mais “dura” da companhia na semana do Dia dos Namorados, diferente do que a empresa já havia feito.

A ação disponibilizava a liberação de cupons de desconto mais agressivos apenas para compra em lojas oficiais do aplicativo, e frete grátis em compras só para transações acima de R$ 29, com o objetivo de trazer mais tráfego para o e-commerce e vendas para a data do comemorativa no próximo final de semana.

De acordo com a equipe de Research da Ativa Investimentos, esses movimentos indicam que a Shopee está começando a ser mais conservadora no que diz respeito a promoções, taxas de comissão cobradas dos vendedores e concessões de benefícios como frete grátis.

“Dessa forma, a notícia é positiva para as varejistas brasileiras que, caso esse comportamento se confirme, enfrentarão uma concorrência mais racional do que vinham observando”, diz a nota dos analistas.

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Nova política para vendedores pessoa física

No dia 1º de junho, a Shopee atualizou sua política para vendedores com CPF, com algumas mudanças. A informação consta no site da Shopee, informando um aumento no valor da comissão para os vendedores com conta de pessoa física, passando de R$ 3 para R$ 5 por item vendido. Para itens abaixo de R$ 10, esse adicional será de metade do valor do item.

Se o varejista decidir mudar para CNPJ, a mudança deixa de ser aplicada. Tal regra demonstra um esforço maior por parte da Shopee na tentativa de transformar milhares de lojistas na companhia em negócios formais.

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A Shopee já foi criticada por diversas concorrentes nacionais no campo de varejo de e-commerce. A empresa possui alto volume de compra de itens nacionais e importados por parte de pessoas físicas, que não emitem nota, dizem os competidores.

A companhia nega tais irregularidades e também destaca que têm sistemas de controles em sua base de usuários e vendedores.

Bolsonaro descarta taxar compra por meio de aplicativos como Shopee e AliExpress

O presidente Jair Bolsonaro descartou no sábado (21), em sua conta no Twitter, a edição de medida provisória (MP) para tributar compras feitas no exterior por meio de plataformas na internet, como a Shopee.

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“Não assinarei nenhuma MP para taxar compras por aplicativos como Shopee, AliExpressShein etc. como grande parte da mídia vem divulgando. Para possíveis irregularidades nesse serviço, ou outros, a saída deve ser a fiscalização, não o aumento de impostos”, escreveu Bolsonaro, na postagem.

Atualmente, a isenção de Imposto de Importação ocorre para encomendas de até US$ 50. No entanto, o benefício só é concedido se a remessa ocorrer entre duas pessoas físicas, sem fins comerciais.

Segundo o secretário Especial da Receita Federal, Júlio César Gomes, em entrevista ao programa Brasil em Pauta da TV Brasil, no início deste mês, muitos vendedores se fazem passar por pessoas físicas quando, na verdade, são empresas constituídas para se valer de isenções, o que constitui fraude.

César Gomes chamou esses aplicativos de “camelódromos virtuais“. Segundo ele, hoje o Brasil recebe cerca de 500 mil dessas encomendas por dia.

De acordo com o secretário, a Receita Federal está intensificando o combate a bens contrabandeados ou que burlam as regras tributárias vigentes por meio de um programa de rastreabilidade fiscal recém-lançado. Na entrevista, o secretário também afirmou que estava em estudo a edição de uma medida provisória com foco nos “camelódromos virtuais”, como Shopee, AliExpress e Shein.

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Victória Anhesini

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