Ibovespa fecha em queda e perde 0,75% na semana; Petrobras (PETR4) sobe 1,75% no dia
O Ibovespa hoje encerrou a sexta-feira (3) em queda de 1,15% aos 111.102,32 pontos, após oscilar entre 110.935,15 e 112.391,83 pontos.
O índice fechou a semana acumulando perda de 0,75% no intervalo, vindo de ganhos nas três anteriores, com destaque para o avanço de 3,18% na semana passada. Nestas três primeiras sessões de junho, teve perda de 0,22%, mostrando ganho no ano de 5,99%. O giro desta sexta-feira foi de R$ 21,1 bilhões.
“Em sexta-feira com feriados na China, em Hong Kong e no Reino Unido houve menor liquidez global, numa semana que parecia a caminho de ganhos, aqui como em Nova York, até o dia de hoje. Sexta é o dia de não ‘fazer bobagem’, um dia que costuma ser de maior acomodação mesmo”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, após uma quinta-feira em que o avanço do setor de tecnologia havia contribuído para as bolsas, aqui e fora.
Virada a página da quinta-feira, “houve hoje em Nova York um movimento bem pesado nas ações de techs, puxado pelas da Tesla e que se estendia a outros grandes nomes do setor, como Apple, Meta, Alphabet, Microsoft – e com avanço na curva de juros nesta sexta uma combinação típica de aversão a risco. Depois do payroll de maio, divulgado pela manhã, parte do mercado reavalia a possibilidade de um aumento mais forte nos juros americanos”, diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos, referindo-se à chance de o BC dos Estados Unidos recolocar sobre a mesa aumento de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros de referência, acima, portanto, do meio ponto já precificado pelo mercado.
“O Ibovespa acompanhou o dia ruim no exterior, mas, no Brasil, os ruídos políticos sobre a possibilidade de crédito extraordinário para subsidiar o diesel contribuem para a queda do mercado”, acrescenta Oliveira, mencionando estratagemas em discussão no Planalto, como a possibilidade de adoção de situação de calamidade.
Cenário exterior
Nesta sexta, a leitura sobre a geração de vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos em maio – acima do esperado, mas com revisão significativa de resultados anteriores – reforçou as dúvidas sobre o grau de ajuste necessário à política monetária americana, ante a inflação.
Uma leitura menor do payroll de maio ajudaria a tirar parte da pressão sobre o Federal Reserve, no momento em que o mercado de trabalho americano tem se mostrado mais apertado, situação em que a renda salarial tende a responder, em algum momento, a uma dificuldade maior para o preenchimento de vagas disponíveis.
“O último relatório de emprego mostrou um crescimento mais lento do emprego e uma inflação potencialmente mais branda, mas ainda mantém a porta aberta para o Fed continuar com sua campanha de alta das taxas de juros muito além do verão no hemisfério norte”, observa em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York. Ele acrescenta que “a moderação do crescimento econômico está acontecendo, mas não rápido o suficiente para sinalizar uma mudança de rumo pelo Fed”. “O consumidor pode estar perdendo a batalha contra a inflação, mas os gastos não vão se enfraquecer tão rapidamente”, aponta o analista.
Por outro lado, a recente reabertura da economia na China tem contribuído para a recuperação das commodities, em especial minério de ferro e petróleo, aos quais a B3 têm exposição.
Bolsas de Nova York
- Dow Jones cai 1,05%, a 32.898,91 pontos;
- S&P 500 recua 1,64%, a 4.108,43 pontos;
- Nasdaq perde 2,47%, a 12.012,73pontos.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,20%, a R$ 4,7787, depois de oscilar entre R$ 4,7762 e R$ 4,8320. Na semana, moeda acumulou alta de 0,85%.
Os contratos futuros de petróleo registraram ganhos, nesta sexta-feira. Os preços chegaram a recuar no início do dia, mas inverteram o sinal e confirmaram ganhos na semana, com indicadores, avaliações sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e o embargo da União Europeia ao óleo da Rússia no foco dos investidores.
O petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,71% (US$ 2,00), a US$ 118,87 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 1,79% (US$ 2,11), a US$ 119,72 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI avançou 3,30% e o Brent teve ganho de 4,02%.
O ouro fechou em queda robusta nesta sexta, pressionado pelo avanço do dólar ante rivais. A divisa americana foi favorecida pelos dados do payroll de maio dos Estados Unidos, que confirmou a perspectiva de aperto monetário do Federal Reserve (Fed) em 50 pontos-base nas duas próximas reuniões.
O contrato do ouro para agosto caiu 1,13%, em US$ 1.850,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
No Ibovespa hoje, o grande destaque foi Petrobras (PETR3, PETR4) entre os maiores ganhos do dia, com +2,55% e 1,75%, respectivamente, seguindo a alta do petróleo.
Na liderança do ranking, Natura (NTCO3) foi na contramão de pares do varejo e subiu 2,75%..
Contribuindo para o desempenho negativo do índice, grandes bancos fecharam a sessão em baixa. Banco do Brasil (BBAS3) ficou com -1,39%, Santander (SANB11) caiu 0,95%, Itaú (ITUB4) desvalorizou 0,93% e Bradesco (BBDC3, BBDC4) fechou o dia com ambas as ações com -0,60%.
A Vale (VALE3) recuou 1,60%.
No campo negativo, quem liderou foi Méliuz (CASH3), com queda de 6,74%, seguido de Americanas (AMER3), com -5,83%, e Yduqs (YDUQ3), que caiu 5,59%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Natura (NTCO3): +2,75% // R$ 17,58
- Petrobras (PETR3): +2,55% // R$ 33,76
- Petrobras (PETR4): +1,75% // R$ 30,28
- Qualicorp (QUAL3): +1,73% // R$ 11,73
- Taesa (TAEE11): +1,23% // R$ 41,27
Maiores baixas do Ibovespa:
- Méliuz (CASH3): -6,74% // R$ 1,80
- Americanas (AMER3): -5,83% // R$ 18,40
- Yduqs (YDUQ3): -5,59% // R$ 15,72
- Magazine Luiza (MGLU3): -5,53% // R$ 3,59
- Rede D’Or (RDOR3): -4,42% // R$ 33,99
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Twitter (TWTR34) informa fim do período de espera para acordo com Elon Musk
- Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) negociam venda de ativos com Ouro Verde; ações caem 2,3%
Twitter (TWTR34) informa fim do período de espera para acordo com Elon Musk
O Twitter (TWTR34) informou que terminou, nesta sexta-feira (3), o período de espera para que a compra da empresa pelo CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, possa ser fechada. Anunciado no mês passado, o acordo prevê a aquisição da rede social a US$ 54,20 por ação, mas ainda precisa cumprir os trâmites legais para ser efetivado.
Pela lei antitruste Hart-Scott-Rodino, de 1976, após o anúncio do negócio, as partes, ou seja, o Twitter e Elon Musk, precisam cumprir um intervalo de espera para que reguladoras possam avaliar se têm restrições imediatas à transação. O cumprimento da norma é requisito indispensável para que a compra possa seguir em frente.
Na semana passada, Musk se comprometeu a investir mais de sua fortuna para financiar o acordo avaliado em US$$ 44 bilhões. O bilionário decidiu incluir US$ 33,5 bilhões em ações no plano e desistiu de utilizar um empréstimo de margem garantida por papéis da Tesla.
O CEO da Tesla fechou um acordo para comprar a rede social no fim do último mês, com pagamento de US$ 44 bilhões em dinheiro pela totalidade da companhia, e desde então a tensão sobre a transação cresce.
Além das questões sobre o financiamento para a compra do Twitter, há um imbróglio sobre a quantidade de contas de ‘não humanos’, como bots e contas de spam.
Elon Musk tem destacado que só comprará a rede social se o volume dessas contas representar, no máximo, 5%. Em função de o volume ter sido elevado em estimativas recentes, o empresário chegou a ponto de suspender o acordo.
Simultaneamente, Musk tem criticado as diretrizes atuais do Twitter em termos de liberdade de expressão – afirmando que a rede não possui isonomia nas suas decisões e que banimentos devem ser atitudes tomadas somente em última instância.
Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) negociam venda de ativos com Ouro Verde; ações caem 2,3%
A Localiza (RENT3) e a Unidas (LCAM3) negociam com a Ouro Verde a venda de ativos de aluguel de carros e veículos seminovos. As ações das duas empresas fecharam em queda de 2,3% com a notícia.
A informação foi divulgada pela Localiza em comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira (3).
Segundo o jornal Valor Econômico, os detalhes das condições impostas não foram divulgados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).no fim do ano passado.
Contudo, a Localiza deverá colocar a venda entre 45 mil e 50 mil carros, além de desinvestimentos de agências e lojas em aeroportos.
Conforme o documento, os ativos foram alvo do acordo de controle de concentração firmado pelas companhias com o Cade.
Isso porque tramita atualmente um processo de fusão das companhias no Conselho.
A transação é de uma cifra de R$ 3,5 bilhões, mas esse número pode ser alterado, já que ambas as empresas negociam com outros players.
Ainda não foi assinado, porém, um documento sobre a parceria – ou seja, esse acordo bilionário ainda não foi firmado oficialmente.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -1,15%
- IFIX hoje: +0,14%
- IBRX hoje: -1,01%
- SMLL hoje: -1,64%
- IDIV hoje: -1,14%
Cotação do Ibovespa nesta quarta (2)
O Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (2) em alta de 0,93% aos 112.392,91 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)