Petrobras (PETR4) compra os 50% restantes da Ibiritermo por R$ 1 e compensação
A Petrobras (PETR4) anunciou nesta quarta-feira (1º) a compra de 50% restantes da sociedade Ibiritermo, por R$ 1. A empresa é dona da UTE Ibirité, usina que fica em Minas Gerais e tem capacidade instalada de 226 MW.
Na conclusão da transação, a Petrobras vai realizar o pagamento de compensação por parte do capital social no valor de R$ 2,5 milhões à Edison, dona da fatia da Ibiritermo.
O fato relevante divulgado pela Petrobras ressalta que a companhia já tem participação de 50% na Ibiritermo. Ou seja, após a conclusão, passará a deter 100% das ações e a propriedade exclusiva da UTE Ibirité.
A empresa afirma ainda que, “após a conclusão da operação, a Petrobras adotará as medidas necessárias para iniciar a liquidação da Ibiritermo S.A., passando a operar a UTE Ibirité como ativo integrado ao seu portfólio de térmicas, sem estrutura societária associada.”
A Ibiritermo S.A. é uma sociedade anônima de capital fechado, que tem como único ativo a UTE Ibirité, localizada no município de Ibirité (MG). A usina é objeto de um Contrato de Conversão de Energia (ECC, na sigla em inglês), firmado em junho de 2002 entre a Ibiritermo e a Petrobras.
A operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Custo milionário: veja quanto a Petrobras (PETR4) gasta a cada troca de presidente
O governo, políticos e parlamentares estão há semanas discutindo como impedir, ou adiar, o aumento de preços dos combustíveis – debate inflamado em ano eleitoral e período de alta do petróleo.
O presidente Jair Bolsonaro reclamou do aumento do diesel, o que resultou na demissão do CEO da Petrobras (PETR4), José Mauro Coelho. Mas uma substituição no comando da estatal custa caro: toda vez que o governo Bolsonaro promove uma mudança na presidência da Petrobras, a estatal precisa desembolsar cerca de R$ 1,3 milhão, destaca o Estadão/Broadcast.
Esse é o custo que uma companhia deste porte tem para preparar uma assembleia de acionistas, etapa necessária para a realização de mudanças no comando. A última dessas assembleias foi promovida há menos de dois meses, e uma nova é esperada nos próximos 45 dias, agora em razão da indicação de Caio Paes de Andrade, secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia, para o lugar de José Mauro na presidência.
Andrade será o quarto presidente em menos de três anos e meio de governo Bolsonaro. Já a passagem de Coelho será a mais curta de toda a história da Petrobras.
Pelo estatuto, o presidente da petroleira precisa fazer parte do conselho de administração da empresa – por isso, ele tem de ser eleito primeiro como conselheiro, o que só é possível em assembleia de acionistas. Apenas após essa etapa, o colegiado vota o nome dele para o comando da estatal.
Segundo advogados especializados em governança, montar uma assembleia virtual para uma companhia do porte da Petrobras envolve vários fatores, que, além de custos, demandam o envolvimento dos executivos da empresa que poderiam estar concentrados em outros projetos de interesse da companhia.
“Ficar trocando de presidente a toda hora não é brinquedo, custa muito”, diz o especialista em governança Renato Chaves, que recebeu da própria Petrobras a estimativa do custo de R$ 1,3 milhão por assembleia.
A cifra foi confirmada pelo Estadão/Broadcast com fontes da empresa. Procurada, a Petrobras não se pronunciou oficialmente.
Cotação
As ações preferenciais da Petrobras encerraram em queda de 0,13%, a R$ 30,02. No ano, acumula ganhos de 3,20%.