Radar: BTG vê acordo da Oi (OIBR3) como “pior que o esperado”, UBS alerta Petrobras (PETR4) sobre combustíveis, Musk quer fim do home office na Tesla (TSLA34)

A Oi (OIBR3) concluiu nesta quinta (1º) a renegociação de dívida com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O resultado do acordo foi o desconto de 54,99% da dívida da tele. Numa análise mais minuciosa, o BTG Pactual (BPAC11) avalia, porém, que o desfecho é “pior que o esperado”.

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O total da dívida da Oi passa de R$ 20,2 bilhões para R$ 9,11 bilhões. Mas, considerando os depósitos judiciais já efetuados pela operadora nos últimos anos, a Anatel deve receber agora o montante de R$ 7,33 bilhões.

“Embora reduzir um passivo de R$ 20,2 bilhões para R$ 7,3 bilhões não possa ser considerado um mau negócio, é pior do que nós (e o mercado, acreditamos) esperávamos”, diz o relatório do banco de investimentos.

O acordo original que a Oi fechou com a Anatel em 2020, com base na legislação a respeito de falência da época, previa um desconto de 50% na dívida e 84 meses para efetuar o pagamento.

Pela legislação revisada, utilizada pelo BTG Pactual para fazer as estimativas, o desconto na dívida poderia chegar a 70%, com a Oi tendo até 120 meses para pagar.

Além do desconto de 55% informado na noite de terça-feira (31), seriam 126 meses para pagar, sendo a primeira parcela paga na assinatura do acordo, seguida de seis meses de carência, e o último pagamento com vencimento em abril de 2033, “Por esse motivo, o acordo acabou sendo pior do que esperávamos”, afirma o BTG.

“O Instrumento de Repactuação e Transação representa o cumprimento de mais uma importante etapa do Plano de Recuperação Judicial da Oi, viabilizando o encerramento de um grande número de processos judiciais”, informou a operadora em seu fato relevante.

“O que realmente nos surpreendeu negativamente foi o tamanho da dívida original”, destacam os analistas do BTG. As negociações iniciais em 2020 mostravam que a dívida total da Oi com a Anatel era de R$ 14,3 bilhões (segundo o acordo assinado na época). O BTG afirma ter usado esse número nos cálculos.

“No entanto, o novo acordo inclui um adicional de R$ 6 bilhões em passivos que ainda estavam sendo discutidos no nível administrativo no momento das negociações originais, e que a maioria (incluindo a Oi e o mercado) acreditava que nunca seria incluída no total dívida com a Anatel”, diz o texto.

Os analistas concordam que fechar o negócio agora faz sentido para a Oi, porque atenua o perfil de pagamento e gera liquidez a curto prazo.

“Estimamos que a empresa deva quitar a maior parte da amortização nos últimos 5 anos, melhorando bastante as saídas de caixa nos primeiros anos”, afirma o relatório.

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Agora, a companhia ganha mais tempo da B3 (B3SA3) para continuar com suas ações abaixo de R$ 1. As normativas atuais da bolsa brasileira não permitem que uma empresa passe mais de 30 pregões com os papéis abaixo desse patamar – período que já foi extrapolado pela ação da Oi.

De acordo com a Oi, a partir de 1º de julho, será iniciado novo período para eventual apuração de 30 pregões ininterruptos com a cotação da operadora abaixo desse valor.

Além da Oi, confira outros destaques desta terça-feira:

Petrobras (PETR4): UBS alerta para possibilidade de escassez de combustíveis no Brasil

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  • Novo relatório divulgado pela UBS-BB afirma que há potencial de escassez de combustíveis no Brasil. Um dos fatores chave para esse cenário é preço de paridade de importação pela Petrobras (PETR4).
  • Os especialistas avaliam que o risco de desabastecimento estrutural pode não ocorrer em todo país, mas em locais com “logística mais desafiadora”.
  • De acordo com o relatório, o Brasil depende de importações de 20% a 30% de sua oferta diesel.
  • Por esse motivo, segundo argumenta a instituição, a Petrobras precisa manter o preço de paridade de importação para garantir o fornecimento de combustível ao país através das importações.
  • “Acreditamos que, em um cenário de aperto e incerteza no comércio global, isso se torna mais relevante, pela necessidade de os players privados terem visibilidade sobre as condições de preços para importar para o Brasil”, escreveram no relatório Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, analistas do UBS-BB.
  • O documento afirma ainda que os players do setor relatam níveis de estoque para 20 dias se as importações forem interrompidas. O Ministério de Minas e Energia, por outro lado, estima 38 dias.
  • Nesse cenário, a UBS-BB espera que desafios potencias possam surgir a partir do terceiro trimestre deste ano, antes das eleições – “principalmente porque a paridade de importação pode cair ainda mais”, explica o banco.
  • Os analistas esperam que a Petrobras mantenha sua política de preços de paridade de importação.
  • Além o problema da escassez, para eles, um subsídio da petrolífera nos preços pode ser visto como irregular em ano eleitoral.
  • A recomendação da instituição para a compra das ações da Petrobras é de um preço-alvo de R$ 45,00.
  • No fechamento de hoje, a ações da Petrobras sofreram uma leve queda de 0,13% na bolsa, negociadas a R$ 30,02.

Elon Musk quer que funcionários da Tesla (TSLA34) retornem ao trabalho presencial — ou deixem a empresa

  • Elon Musk, CEO da fabricante de veículos elétricos Tesla (TSLA34), pediu aos funcionários em memorando enviado por email que retornem ao trabalho presencial no escritório ou deixem a empresa, de acordo com informações da Reuters.
  • “Qualquer pessoa que deseje fazer trabalho remoto deve estar no escritório por um mínimo (e quero dizer, no mínimo) de 40 horas por semana ou sair da Tesla”, diz o memorando.
  • O empresário ainda escreveu: “Quanto mais sênior você for, mais visível deve ser sua presença…É por isso que eu vivia tanto na fábrica — para que aqueles que estavam na linha [de produção] pudessem me ver trabalhando ao seu lado. Se eu não tivesse feito isso, a Tesla teria ido à falência há muito tempo”.
  • As grandes empresas de tecnologia no Vale do Silício não estão exigindo que os trabalhadores retornem ao escritório em tempo integral, diante da resistência de alguns trabalhadores à volta do trabalho presencial e de um ressurgimento de casos de coronavírus no estado da Califórnia.
  • A Tesla mudou sua sede para Austin, Texas, mas tem sua base de engenharia e uma de suas fábricas na área da Baía de São Francisco.
  • O memorando acabou sendo espalhado pelas redes sociais durante esta quarta-feira (1). Em resposta, o bilionário — que decidiu adquirir o Twitter recentemente em um acordo de US$ 44 bilhões — disse: “Eles deveriam fingir que trabalham em outro lugar.”
  • Musk “revisaria e aprovaria”, de acordo com o memorando, todos os casos em que os funcionários não pudessem atender ao mínimo de horas.
  • Enquanto alguns grandes empregadores adotaram políticas voluntárias de trabalho remoto permanentemente, outros, incluindo o Google, da Alphabet, apostam pela promoção de interações pessoais entre colegas e em um retorno longo e gradual.

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Dasa (DASA3) compra laboratório Lustosa (MG), que faturou R$ 49,6 milhões em 2021

  • A Dasa (DASA3), empresa do segmento de exames clínicos, anunciou nesta quarta-feira (1º) a aquisição total do capital social da concorrente Lustosa, de Minas Gerais, que possui 26 unidades na região metropolitana de Belo Horizonte.
  • De acordo com fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a compra será parcelada ao longo de três anos e a conclusão está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Não houve divulgação do valor total da aquisição.
  • A receita bruta do Lustosa apurada no exercício de 2021 foi de R$ 49,6 milhões.
  • A Dasa afirma que a compra da Lustosa está alinhada ao plano estratégico de expansão das operações de diagnósticos, “bem como representa um marco importante no fortalecimento da sua presença e de sua liderança na região metropolitana de Belo Horizonte”, conforme a nota.
  • Além disso, a empresa também destacou que a aquisição possibilita “a captura de sinergias expressivas com as demais operações que a companhia possui na região.”

Eneva (ENEV3) assina de acordo para compra da Celsepar por R$ 6,1 bilhões

  • A Eneva (ENEV3) assinou um acordo para a compra de 100% das ações da Celsepar (Centrais Elétricas de Sergipe), assim como sua subsidiária, a Cebarra (Centrais Elétricas Barra dos Coqueiros).
  • A empresa divulgou a aquisição por meio de fato relevante nesta quarta-feira (1).
  • Segundo o comunicado, a empresa pagará R$ 6,1 bilhões aos vendedores — valor sujeito a correção pela variação do CDI mais 1% ao ano (a.a.) — e assumirá a dívida líquida da Celsepar, no valor de R$ 4,1 bilhões.
  • A operação deve ser aprovada ainda pelos acionistas da Eneva em assembleia geral e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
  • A Celsepar tem como principal ativo operacional a UTE Porto de Sergipe I — uma usina termelétrica a gás natural, com capacidade instalada de 1.593 Megawatt (MW), localizada em Barra dos Coqueiros, no Estado de Sergipe. Ela é também uma das maiores do continente.
  • O comunicado da companhia afirma que a aquisição vai garantir à Eneva “acesso a gás importado e infraestrutura com capacidade disponível que permite a gestão de flexibilidade de suprimento com confiabilidade, contribuindo adicionalmente para a expansão do segmento de comercialização de gás”.
  • O controle da Celsepar pertence atualmente à empresa americana New Fortress Energy e a Edbrasil Energia. Com a compra, a Eneva garante mais um ativo de geração para seu portfólio.

Da Oi à Eneva, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Jorge C. Carrasco

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