Petrobras (PETR4): Arthur Lira rejeita privatização e sugere que governo deixe de ser majoritário
O atual presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse ser ‘inadequado’ privatizar a Petrobras (PETR4) no momento atual. Contudo, Arthur Lira também defendeu que o governo venda a sua participação na estatal.
A sugestão do chefe do legislativo é de que a União venda as ações da Petrobras que estão sob controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e deixe de ser o acionista majoritário da petroleira.
“Ele (governo) poderia vender as ações que tem no BNDES, em torno de 14%, e deixaria de ser majoritário”, afirmou Arthur Lira em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Lira sugeriu que a operação seja feita por um projeto de lei, ou após “uma discussão mais aprofundada”. “Ou a gente privatiza essa empresa, ou a gente toma medidas mais duras.”
Para o deputado, a empresa se protege “no fato de o governo ser majoritário para não pagar o desgaste da sua inação, dessa sua falta de sensibilidade”.
Segundo Lira, se o governo deixar de ser o acionista majoritário, ele “tiraria das suas costas essa responsabilidade da falta de sensibilidade da Petrobras”, disse.
Sobre a disparada nos preços dos combustíveis, o presidente da Câmara voltou a citar exemplos de petroleiras que, segundo ele, “têm tido a sensibilidade de abrir mão de parte dos seus lucros abusivos para, ou bancar subsídio direto, ou congelar seus preços, ou fazer algum ato direto para a população”.
Se reeleito, Bolsonaro vai privatizar Petrobras, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a jornalistas nesta quinta (26) que se Jair Bolsonaro (PL) for reeleito, com um Congresso com perfil mais de centro-direita, vai conseguir acelerar as reformas.
“Vamos privatizar a Petrobras, fazer vários acordos comerciais, vamos fazer bem mais do que temos feito até agora.”
O chefe do Ministério da Economia afirmou que a pandemia acabou impedindo que as reformas que previa e a privatização da Petrobras avançassem como esperado.
Contudo, o Brasil está saindo da crise com o “fiscal forte” e a política monetária necessária para combater a inflação – ou, na linguagem do mercado financeiro, “na frente da curva”.
Já os EUA e Europa estão “atrás da curva”, ou seja, vão precisar ainda subir muito os juros para conter a crise. “O mundo inteiro esta fora do lugar no fiscal e no monetário.”
Para Guedes, enquanto o mundo, sobretudo o Ocidental, está “entrando no inferno”, em uma crise que promete ser longa, o Brasil está saindo.
Na entrevista, o Guedes disse que o governo transferiu “meio trilhão de reais” para os Estados e municípios, em ritmo nunca visto, fazendo o ajuste fiscal deles. “Os Estados que estão reclamando, o governador é um despreparado ou é militante”, disse, em Davos.
“Os Estados receberam uma fortuna fabulosa. Nunca se transferiu tanto dinheiro para Estados e municípios. A arrecadação deles subiu extraordinariamente”, afirmou, destacando que vê injustiça nas reclamações dos entes federados. “Transferimos meio trilhão de reais para esses caras.”
E a melhora das contas estaduais, não foi porque eles fizeram um ajuste fiscal, mas por conta dessa transferência, segundo o ministro. “Nós fizemos o ajuste deles”, disse.
Na conta de Guedes, os Estados e municípios receberam R$ 150 bilhões no pacote da rolagem de dívida; R$ 260 bilhões do Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa), neste caso em 10 anos; R$ 68 bilhões pela de Lei Kandir. Houve anda mais alguns bilhões pela cessão onerosa (R$ 12 bilhões na primeira rodada e R$ 7 bilhões na segunda).
Última cotação de PETR4
No pregão desta sexta (27), as ações PETR4 caem 3,52% no intradia, a R$ 31.
Contudo, no acumulado de 2022, a Petrobras sobe 6,5% na bolsa, além dos 19,6% de rentabilidade nos últimos 12 meses.
Com Estadão Conteúdo