Ação do Banco do Brasil (BBAS3) está “barata demais para ser ignorada”, diz BTG (BPAC11)

O BTG Pactual (BPAC11) concluiu que o primeiro trimestre de 2022 (1T22) do Banco do Brasil (BBAS3) foi melhor que o esperado. Agora, os analista acreditam que o banco entregará o topo do guidance de lucro líquido (R$ 26 bilhões) em 2022.

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Com essa projeção, o BTG observa que a ação do Banco do Brasil está negociada a um “preço inquestionavelmente barato”. Com quatro vezes o preço por lucro, além de rendimento (dividend yield) de 10%, é um papel “barato demais para ser ignorado”, reforçam.

O BTG Pactual reitera a recomendação de compra do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 51, contra os R$ 46 anteriores, valorização de 43% aos níveis atuais (sem considerar o dividend yield de 10%).

Conforme o relatório do banco de investimentos, isso ocorre principalmente porque o banco estatal está em uma situação muito melhor em relação às “crises” anteriores, quando foi igualmente negociado a múltiplos muito baixos.

“Sempre argumentamos que as ações do BB eram uma armadilha de valor, mas decidimos atualizar a ação em fevereiro após a divulgação dos resultados do 4T21. Nesta nota, explicamos por que acreditamos que o risco-retorno está inclinado para o lado positivo e por que o valuation é mais atraente do que o de 2015”, diz o texto.

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O que difere o Banco do Brasil de agora em relação a outras crises?

Os analistas argumentam que o Banco do Brasil está — comparado a 2015 – em uma posição muito mais favorável, Naquele ano era negociado a 0,45 vez P/VP (ação em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa), contra o 0,67 vez de hoje.

“Naquela época, o Banco do Brasil havia crescido muito mais do que seus pares privados nos 5 anos anteriores, apesar da deterioração da economia”, afirmam.

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No período, conforme relembrado pelo BTG, o capital principal estava muito abaixo do registrado pelos pares privados. A taxa Selic estava mais alta do que atualmente, e com fortes indícios de que poderia subir ainda mais. Significaria assim um custo de capital muito mais alto também.

“Por causa do balanço ruim e dos riscos de inadimplência na época, a visibilidade dos lucros era ruim”, aponta o relatório, ressaltando que o ROE (Retorno sobre o Patrimônio) cairia 50% nos dois anos seguintes.

Nos últimos cinco anos, porém, o BTG observa que o Banco do Brasil:

  • Passou a ter capital principal maior;
  • A carteira de crédito agora possui um perfil de risco menor, com mais agronegócio e menos crédito ao consumidor sem garantia.

Outro ponto apontado pelo BTG: a aprovação da nova lei das empresas estatais, que elevou a proteção às empresas públicas.

“Se o Banco do Brasil conseguir manter o lucro estável em termos nominais e preservar o payout em 40%, em 10 anos o investidor terá de volta todo o valor de mercado em dividendos”, destacam os analistas.

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Por fim, o BTG Pactual atualizou os números projetados após a divulgação do balanço do 1T22, com aumento de expectativa do lucro líquido em 14% para 2022 (agora em RS 26 bilhões), com pequenas mudanças para 2023 e 2024.

“São projeções conservadoras, pois estimamos um lucro líquido estável para os próximos anos, apesar de o BB nos surpreender de forma positiva mais recentemente”, concluem.

Cotação

Nesta terça-feira (24), o Banco do Brasil fechou em queda de 0,43%, a R$ 37,80. No ano, acumula ganhos de 31,16%.

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Victória Anhesini

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