RadarFit cresce 11 vezes mais em um ano ao apostar em ‘profissional saudável’
Apostando no profissional que concilia trabalho e estilo de vida saudável, a RadarFit oferece benefícios às empresas. Em modelo prioritariamente B2B, premia usuários que adotam uma rotina recheada de alimentação sadia e atividade física.
A proposta é semelhante à da Gympass, mas tem como diferencial a ‘gamificação’ do processo, que contém um universo de rankings, recompensas e métricas.
O início da startup veio de uma interação via WhatsApp, conta a fundadora e CTO da RadarFit, Tatiany Duarte.
“Pedíamos fotos de pessoas, que futuramente valeriam pontos, descontos em um marketplace que já tínhamos. Chegou num momento que havia 10 mil pessoas em grupos, um volume que não dava pra pôr em planilha e acompanhar direito. Em uma pesquisa, descobrimos que uma das maiores barreiras para a adesão de uma rotina saudável é a falta de recompensa imediata. Por isso a ideia do game, dos jogos e dos artifícios”, relembra Tatiany.
Hoje, a empresa continua com descontos em um sistema de moedas que podem ser trocadas por fotos que “comprovam” uma rotina com foco em saúde (como imagens de um treino de musculação ou de um prato de comida saudável). A empresa também sorteia produtos e proporciona competições via plataforma.
“Um dos nossos grandes cases, por exemplo, é a Nexa, uma empresa do Grupo Votorantim. Engajamos muito o pessoal de lá, o que é nossa prioridade. Queremos atrair um profissional que gostaria muito de ter um determinado prêmio e o estimulamos ele com competitividade. Nesse aspecto, os grupos das empresas competem e aumentam a interação e mensalmente promovemos vários desafios. Acabemos de terminar um desafio de 30 dias que concedia um iPhone como prêmio”, conta a CTO da RadarFit.
Segundo a executiva, os heavy users da plataforma chegam a postar cerca de 520 fotos ao mês e, apesar do clima de competitividade, mesmo quem não fica no topo do ranking, ‘sai ganhando’.
“Muita gente vem mandar mensagem pra gente falando ‘olha, perdi o desafio, mas saí ganhando porque também perdi 2kg nesse mês”, conta.
A integração da startup às empresas ocorre por meio dos segmentos de Recursos Humanos (RH), que chegam a ter um dashboard de acompanhamento para oferecer medalhas e premiações com base no desempenho do quadro de funcionários.
A intenção é rentabilizar e operacionalizar a companhia popularizando hábitos saudáveis – o que tem se tornado uma tendência recorrente em startups e empresas de tecnologia de um modo geral, que investem em benefícios de bem-estar aos seus funcionários.
Como a proposta é premiar e funcionar de uma forma análoga à de uma rede social, Tatiany Duarte afirma que um dos grandes players do setor, o Gympass, não é um concorrente direto. A companhia oferece descontos em academias e os usuários podem usar as duas plataformas de modo simultâneo.
Além disso, como enfoque e aumento da operacionalização, a startup aposta em um ‘superapp‘ que vai além da plataforma de ranking e premiações para uma rotina fitness. “Tem quem nos considere um ‘metaverso fitness'”, conta.
De olhos nas inovações, a fundadora da RadarFit lembra também que a companhia deve aderir ao Metaverso e ao universo de criptmoedas, mas frisa que isso deve ser totalmente viabilizado fora do curto prazo.
“Sabemos que para ter uma massa utilizando o Metaverso ainda vai demorar. Temos uma ideia de aderir às criptos com as nossas ‘fitcoins‘ daqui, e já estamos falando com parceiros de relevância nacional sobre isso. As moedas já servem para comprar produtos, alimentos, água, e queremos ter a nossa cripto para operacionalizar isso. A ideia é que o hábito saudável dê moedas e consequentemente um retorno financeiro. Incentivamos a pessoa a entrar 100% no ecossistema”, afirma.
Crescimento e investimento da RadarFit
Ao Suno Notícias, a startup diz ostentar “1.000% de crescimento em faturamento, comparando o primeiro trimestre de 2021 com o mesmo período de 2022”.
Além disso, a empresa teve uma alta de 36% no engajamento, uma das métricas mais relevantes para a companhia.
Em termos de investimento, ainda em junho de 2021 – ano marcado por recorde de investimento em startups – a empresa recebeu um aporte de R$ 3 milhões em sua segunda captação, liderada pelos fundos DOMO Invest e Bossa Nova Investimentos, com participação do G2 Capital como reserva de rodada.
“Atualmente temos uma estrutura sustentável: já passamos por mais de três rodadas de investimentos. Agora estamos abrindo uma nova rodada, neste mês, e já temos até participantes garantidos. Vão chegar oportunidades no segundo semestre. Nossa base tende a aumentar muito, e investiremos em mais marketing. Queremos aportes para investir mais em marketing para chegar a mais pessoas, potencializar as oportunidades”, relata Duarte.
A meta é ser o principal aplicativo, o primeiro que vem à mente das pessoas, quando se fala de app de exercício ou rotina saudável. “Queremos ser o principal aliado do RH. Nesse mundo de trabalho em excesso. Queremos pessoas mais saudáveis”, diz a CTO da RadarFit.
Em termos de custos, a fundadora reforça que a Amazon Web Services, a AWS, impulsionou a operacionalização da empresa e ajudou na validação do negócio.
“A AWS nos deu apoio e forneceu ferramentas. A empresa poderia tentar me fazer gastar mais com eles, mas focou em nos dar mais performance. Esse apoio, desde o 1º dia, fez toda a diferença”, observa.
A empresária conta que já teve outras startups anteriormente e já tinha boas experiências com a AWS enquanto “aceleradora de negócios”.
“Nas startups que tive antes da RadarFit nós sempre usamos AWS. Quando criamos o app, não pensei em nenhuma outra empresa que não a AWS. Sempre tivemos apoio com ideias e conexões, uma força de vontade para ajudar com tudo isso. Tenho um custo extremamente reduzido com nuvem, e eles ficam muito próximos da gente para resoluções de problemas. Quando buscamos produtos, o time da AWS é muito disponível para a gente, e 00isso faz muita diferença para nós”.