Guerra comercial EUA-China pode por em risco recuperação global, diz FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a guerra comercial entre os Estado Unidos e a China pode acarretar em riscos para a recuperação global. No momento atual, os impactos não são visivelmente preocupantes, mas analistas do órgão ressaltam que o Produto Interno Bruto (PIB) global pode chegar a cair até 0,33%.
O FMI divulgou a análise nesta sexta-feira (24) em sua página na internet. Além disso, o organismo também indicou outras possíveis consequência da guerra comercial entre as potências. Sendo assim, são elas:
- a tensão EUA-China pode abalar a cadeia mundial de produção de suprimentos;
- e também pode abalar a confiança de empresas e do mercado.
Segundo o FMI, a guerra comercial entre as potências afeta tanto produtores quanto consumidores. “As tensões comerciais entre EUA e China afetaram negativamente consumidores assim como produtores nos dois países”, avalia o órgão.
Sobre as decisões de aumentar as tarifas, o FMI declarou que a alta nos preços caíram principalmente sobre os importadores. Dessa forma, a elevação foi repassada também ao consumidor final.
“Algumas dessas tarifas foram repassadas aos consumidores americanos enquanto outras foram absorvidas pelas empresas importadoras, por meio de margens de lucro menores”, avalia.
Apesar disso, segundo o FMI, dados dos Estados Unidos apontam que as importações oriundas de outros países subiram a medida que as da China diminuíam. Outro ponto analisado pelo fundo foram os impactos das altas de tarifas na balança comercial entre os dois países. Assim, a alteração foi pequena:
- 2017: EUA com déficit de US$ 375 bilhões;
- 2018: EUA com déficit de US$ 419 bilhões;
- 2019: exportações da China para os Estados Unidos diminuíram um até março, mas as dos EUA aos asiáticos também foram reduzidas.
Entenda a guerra comercial
Donald Trump decidiu, no início de maio, aumentar a tarifa sobre importações chinesas. A taxa passou de 10% para 25% com o objetivo de proteger a indústria interna e reduzir o déficit de exportação dos americanos com os chineses. Contudo, diante da decisão, a China retaliou. O governo chinês, por sua vez, também aumentou a tarifa sobre produtos americanos.
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Com isso, o próximo passo de Trump foi atingir a gigante de tecnologia Huawei. Dessa forma, o líder americano proibiu a chinesa de comprar tecnologia dos EUA sem a autorização do governo. A medida prejudica a cadeia de produção da Huawei porque ela depende dos componentes do país.
Além disso, Trump também assinou um decreto que proibiu empresas americanas de comprarem aparelhos de telecomunicações de estrangeiras consideradas “risco para segurança”. Dessa forma, a medida se aplica à Huawei, uma vez que os Estados Unidos a incluíram na chamada “Lista de Entidades”.
Em contrapartida, a China mandou prender dois canadenses que estavam detidos no país. Isso ocorreu também dias depois que os EUA pediram ao Canadá que prendesse a diretora financeira da Huawei. Isso porque Meng Wanzhou estava em território canadense.
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Apesar da retaliação, a China negou que fosse uma represália. Sendo assim, o governo chinês afirmou que a prisão era um “estado de direito”. Os dois canadenses foram presos sob suspeita de espionagem. Apesar disso, os Estados Unidos e a China continuam em negociações comerciais e buscam um acordo que acabe com a guerra comercial.