Twitter (TWTR34) perde dois executivos e congela contratações em meio ao ‘caso Musk’
Em meio ao imbróglio gerado pela compra feita por Elon Musk, o Twitter (TWTR34) está vivendo mudanças dentro da sua estrutura administrativa. Segundo um porta-voz da companhia, em comunicado oficial, dois executivos seniores estão deixando a rede social.
Os dois executivos do Twitter são Bruce Falck, diretor de receitas, e Kayvon Beykpour, diretor de consumo. Ambos vão sair da empresa a menos de seis meses após terem sido promovidos para os cargos.
Com esse cenário, Jay Sullivan irá substituir ambos os executivos. Atualmente, Sullivan é vice-presidente de produtos da rede social, cargo que ocupa desde novembro do ano passado.
Além disso, em um memorando interno, o CEO do Twitter, Parag Agrawal, disse que a partir desta semana a companhia também vai congelar novas contratações.
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Não há previsão de cortes no Twitter, e no comunicado a companhia cita o cenário macroeconômico global e o conflito na Ucrânia.
Além disso, há o fato de a governança da rede poder mudar drasticamente com a entrada de Elon Musk. A tensão com isso foi tamanha que, semanas antes, a gestão ‘travou’ diversas mudanças internas para conter funcionários que viessem a retaliar a companhia por conta da transação com Musk ser aceita.
O atual CEO, da Tesla (TSLA34), vale lembrar, acabou de suspender a compra da rede social por conta de um dado acerca do volume de contas de spam e bots.
Twitter bloqueia mudanças para conter funcionários ‘anti Elon Musk’
No fim de abril, a gestão da rede social bloqueou mudanças em sua plataforma, segundo apuração da Bloomberg com fontes familiarizadas com o assunto.
Com a medida, o Twitter visou evitar mudanças internas feitas por funcionários por conta de Elon Musk ter anunciado mudanças relevantes na gestão da rede social. Em falas recentes, o empresário criticou fortemente as diretrizes atuais.
“A liberdade de expressão é o alicerce de uma democracia funcional, e o Twitter é a praça digital onde problemas vitais para o futuro da humanidade são discutidos”, disse o empresário em uma entrevista após o negócio da compra do Twitter ser fechado.
Segundo fontes familiarizadas com o assunto, a rede social seguiu com o bloqueio de atualizações de produtos até o dia 29 de abril, exceto em ‘casos críticos’ para os negócios.
Mudanças no produto final devem exigir aprovação do vice-presidente da companhia. Além disso, a gestão da rede social proibiu temporariamente que funcionários que possam ser críticos a Musk e que possam fazer oposição ao acordo da compra “se tornem desonestos”.
Vale lembrar que esse tipo de medida de contenção já foi adotada outras vezes, como a trava do seu código antes do Super Bowl, como forma de garantir o bom funcionamento da plataforma e evitar erros e outros problemas operacionais.
Compra da rede social por Musk é ‘pausada’
O empresário e CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, anunciou nesta sexta (13) a suspensão temporária do acordo feito para comprar o Twitter (TWTR34). Logo em seguida, afirmou que “ainda está comprometido com a compra” da rede social. Isso ocorre porque, ainda que o acordo da compra tenha sido fechado, a transação ainda não foi efetivada e liquidada.]
Em sua conta na rede social, Elon Musk disse que o contrato de aquisição depende da confirmação de que o número de usuários com contas de spam ou falsas na rede está abaixo de 5%, motivo o qual a transação estria condicionada.
Com a notícia da ‘pausa’ na transação de Elon Musk, as ações do Twitter desabam 15,2% na Nasdaq durante o premarket – período de negociações que precede a abertura do mercado em Wall Street.
Mais cedo, os papéis chegaram a cair 19%. Com a queda, os papeis atingiram o nível mais baixo desde que Musk divulgou que tinha participação na empresa, em meados do início de abril.
O número divulgado pela administração da rede foi de 229 milhões de usuários que foram ‘descobertos’ no primeiro trimestre deste ano. Para Musk, esse é um ponto crucial para a transação, já que reduzir o número dessas contas seria um de seus principais motivos para comprar a plataforma.
Em ocasiões anteriores, o empresário havia criticado fortemente as decisões do Twitter acerca de banimentos e restrições aos usuários, – como a suspensão da conta do ex-presidente americano, Donald Trump – mas havia defendido a utilização desse tipo de ferramenta contra bots, contas de spam e análogas.
Visando essa mudança, Musk pretendia, segundo declarações, abrir os algoritmos – ou seja, tornar o Twitter uma rede de código aberto – , e combater os bots ao implementar ferramentas para autenticar os “humanos”.
Já no comunicado oficial da companhia, do dia 5 deste mês, a gestão do Twitter cita que “enfrenta vários riscos até que o acordo com Elon Musk seja fechado, com dúvidas se os anunciantes continuariam gastando com publicidade e a ‘possível incerteza em relação a nossos planos e estratégias futuras’”.