Banco do Brasil (BBAS3): lucro surpreende analistas; recomendação é de compra

O Banco do Brasil (BBAS3) já era a aposta dos analistas de melhor balanço nesta temporada do primeiro trimestre. Ainda assim, os resultados do 1T22 conseguiram ser melhores do que o esperado. O lucro líquido foi de R$ 6,66 bilhões, alta de 57% na comparação anual e 20% acima da previsão do mercado. O lucro líquido ajustado foi de 34,6%.

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Em relatório, o Itaú BBA e a Genial Investimentos destacaram que a superação do Banco do Brasil, em termos de expectativa do mercado, se deu por menores provisões no período de janeiro a março, qualidade no crédito, controle de custos e contribuição da unidade de providência.

Além disso, a corretora Genial ressaltou a entrega de um retorno sobre o patrimônio (ROE) em patamar comparável ao de bancos privados, de 17,8% no primeiro trimestre.

Em um dia de queda do Ibovespa, com recuo de 0,3% do índice de ações, os papéis do Banco do Brasil apresentam alta. Por volta das 15h20 (horário de Brasília), a subida era de 1,52%, a R$ 34,81.

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Tanto a Genial, quanto a XP Investimentos e o Itaú BBA reforçaram as ações do Banco do Brasil como “top pick” para o setor de bancos, com recomendações de compra.

Para a Genial, o potencial de valorização das ações BBAS3 é de 28,32% até o fim de 2022, com o preço alvo de R$ 44,00 frente ao fechamento anterior de R$ 34,29. O BBA também tem a mesma estimativa de preço alvo, enquanto a XP vislumbra uma alta de 51,65%, para R$ 52,00.

Ações do Banco do Brasil: boas e baratas

O lucro líquido de R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil foi recorde, 57,6% acima na comparação anual e 24,4% maior na comparação trimestral. O consenso do mercado esperava um lucro de R$ 5,34 bilhões, segundo analistas consultados pela Refinitiv, valor 24% menor do que o divulgado.

O ponto de atenção do balanço do BB ficou para a margem financeira, pressionada pelo aumento nos custos de captação associados ao aumento da taxa Selic. O valor atingido foi de R$ 15,3 bilhões, alta de 5,6% frente ao 1T21 e abaixo do guidance para o ano.

“Esta performance pode ser atribuída, principalmente, ao maior custo de captação e ao prazo necessário para o repasse destas maiores taxas de juros às operações de crédito”, indica o relatório da XP.

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Para a Genial, os números do Banco do Brasil devem melhorar nos próximos meses, com impulsos de:

  • captação da poupança, que deve arrefecer a elevação do custo de funding;
  • crescimento da carteira;
  • precificação da carteira, e;
  • continuidade do bom desempenho na tesouraria.

Além disso, o controle de custos do banco estatal surpreendeu os analistas. As despesas com provisões, na comparação com o quarto trimestre, subiram menos do que os pares na comparação anual. Diferente dos bancos privados, o BB registrou despesas com provisão para perdas por inadimplência de maneira menos intensa: subiram 9,3% no comparativo anual, para R$ 2,758 bilhões.

“O menor provisionamento mesmo em um ciclo de alta da inadimplência se deve a uma carteira de crédito mais defensiva com mais consignado e níveis mais confortáveis de cobertura (provisões/inadimplência) do BB, em patamares superiores aos da indústria”, diz relatório da Genial.

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Tese de investimentos no BB

O guidance do Banco do Brasil indica um lucro em 2022 na casa dos R$ 26 bilhões. Segundo a Genial, se os resultados do 1T22 forem replicados nos próximos trimestres, o valor pode ser facilmente superado.

Os analistas da corretora indicam que, nesses patamares de entrega, os múltiplos do banco estão atrativos e indicam que as ações estão “baratas”. O múltiplo de preço por valor patrimonial (P/VP22) está em 0,61x, enquanto o de preço por lucro (P/L22) está em 3,97 vezes. Além disso, a recomendação considera:

  • expectativa de melhora das receitas para o ano,
  • carteira com mix mais conservador com bastante crédito consignado,
  • bons níveis de provisão com índice de cobertura acima da indústria,
  • bons resultados da unidade de previdência, Previ, e capital robusto.

“Do lado negativo, o ambiente eleitoral de 2022 pode trazer volatilidade a cotação, dado o risco político”, indica o relatório da Genial sobre o Banco do Brasil.

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Monique Lima

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