Ibovespa recua 0,14%, aos 103.109,94 pontos; Usiminas (USIM5) cai 6,7% e lidera baixas

Ibovespa hoje encerrou o pregão desta terça (10) em queda de 0,14%, aos 103.109,94 pontos, com giro financeiro de R$ 29,4 bilhões. Foi a quarta queda consecutiva do índice.

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Em um pregão marcado pela volatilidade, o índice Bovespa oscilou entre o positivo e o negativo durante todo o dia, sem suporte de commodities e à mercê do noticiário externo. O humor do índice brasileiro seguiu o movimento das bolsas americanas, com os ativos globais respondendo com sensibilidade às sinalizações do Federal Reserve (Fed).

Apesar de uma melhora das bolsas americanas nas últimas horas do pregão, o índice brasileiro não conseguiu equiparar o desempenho, com as ações ligadas à commodities penalizadas, após queda de 2,34% do minério.

Nas commodities, pesa a sinalização do governo chinês de que seguirá com a política restrita de covid zero, o que prejudica as cadeias globais de suprimento. Em um cenário em que a política monetária tem dado as cartas do humor global, o mercado observa com atenção qualquer sinal que adicione mais inflação. Assim, o fator China e a continuidade da guerra na Ucrânia têm destaque no radar dos investidores. “No fim, a discussão é pela inflação, tudo que respingar em inflação é o que está fazendo preço”, aponta Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest.

Com a decisão do banco central americano impactando diretamente o interesse por ativos de risco e, mais ainda, por mercados emergentes, o Ibovespa dançou hoje sob o compasso dos discursos de dirigentes do Fed. No fim da manhã a presidente da distrital do Fed em Cleveland, Loretta Mester, levou a referência da bolsa brasileira às mínimas, quando tocou os 102 mil pontos, após dizer não descartar “para sempre” um aumento de 75 pontos-base.

À tarde, o Ibovespa tentou emplacar uma recuperação e seguir os índices de Nova York ao terreno positivo após o membro do conselho do Fed, Chistopher Waller, dizer que o BC americano pode subir os juros para controlar a inflação nos Estados Unidos sem impactar fortemente o emprego. Segundo ele, o momento correto de apertar a política monetária é agora, uma vez que a economia americana está forte e o mercado de trabalho, sobreaquecido.

“Tivemos alguns diretores falando e essas falas fazem preço porque estamos na expectativa de entender o ritmo que vão subir juros nos Estados Unidos. O (presidente do Fed) Jerome Powell disse que não vai subir os juros em 75 pontos, mas o mercado duvida”, emenda Farto.

Nesse sentido, o mercado aguarda os dados do CPI nesta quarta-feira, 11, que medem a inflação americana e devem ajudar a dar um norte ao investidor. “O mercado aguarda tanto o CPI nos EUA quanto o IPCA no Brasil para definir uma nova tendência. (No caso do CPI), se a Treasury vai continuar abrindo e piorando a perspectiva para mercados de risco globais ou se você vai ter um CPI mais baixo mostrando que inflação americana já chegou ao topo. Se isso acontecer, pode ter alívio de curto prazo, ao menos para Ibovespa”, avalia Luiz Adriano Martinez, gestor de portfólio da Kilima Asset.

Com o cenário externo conturbado, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), tida como mais flexível do que o comunicado da semana passada, e os dados do varejo – que surpreenderam positivamente, tanto no restrito (+1%) quanto no ampliado (+0,7%) – foram olhados lateralmente pelo investidor na Bolsa.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York tiveram pregão volátil, terminando a terça-feira (10) sem sinal único. Se no início do dia o quadro positivo predominou, com recuperação após baixas fortes recentes, mais adiante houve perda de fôlego, com investidores atentos a declarações do Federal Reserve, na véspera da publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

  • Dow Jones caiu 0,26%, em 32.160,74 pontos;
  • S&P 500 teve alta de 0,25%, em 4.001,05 pontos;
  • Nasdaq avançou 0,98%, a 11.737,67 pontos.

dólar à vista fecha em baixa de 0,44%, a R$ 5,1336, após oscilar entre R$ 5,1098 e R$ 5,1659.

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, 10. O impasse pelo potencial embargo da União Europeia ao óleo russo pressionou os preços da commodity. A Hungria continua reticente com a proposta, e líderes como o presidente francês, Emmanuel Macron, buscam convencer o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán a aderir ao banimento das importações, que precisa de uma unanimidade para ser aprovado. Neste cenário, o barril em Nova York perdeu a marca simbólica de US$ 100.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho caiu 3,23% (US$ 3,33), a US$ 99,76 o barril, enquanto o do Brent recuou 3,28% (US$ 3,48), a US$ 102,46, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em queda nesta terça, à medida que investidores se desfizeram do metal precioso para compensar as perdas recentes nos demais mercados. Preocupações sobre inflação e aperto monetário trouxeram volatilidade aos negócios nos últimos dias.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em baixa de 0,95%, a US$ 1.841,00 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, o bloco de empresas do setor siderúrgico caiu em conjunto, com a notícia de que o governo planeja zerar o imposto de importação de aço para aumentar a oferta do produto, baixar preços e reduzir a pressão inflacionária no setor. Durante a tarde, a Aço Brasil, entidade que representa o setor, afirmou que o corte no imposto seria apenas para vergalhões. Por fim, o lobby do segmento chegou a ir até Brasília tentar reverter a medida, mas as ações já tinham mergulhado em queda.

Usiminas (USIM5) caiu 6,78%, acompanhada de CSN (CSNA3), com queda de 5,82%, Gerdau Metalúrgica (GOAU4), com -5,44% e Gerdau (GGBR4) que afundou 4,36%. A Vale (VALE3) cedeu 1,24% e caiu pela oitava vez consecutiva.

Já no ranking das maiores altas, o maior movimento foi ocupado pelas varejistas, com os dados do IBGE que apontaram crescimento de 1% nas vendas do setor em março, acima do esperado. Além disso, balanços divulgados pelas empresas do segmento também fizeram parte das valorizações.

Natura (NTCO3) se recuperou, com +8,73%, seguida de Petz (PETZ3) que subiu 7,29% e Alpargatas (ALPA4), com ganhos de 5,16%. Méliuz (CASH3) também teve alta de 4,97%.

Entre as blue chips, Petrobras (PETR3, PETR4) escolheu ignorar o tombo do petróleo lá fora e fechou com ganhos de 1,26% e 0,87%, respectivamente. Porém, Vale (VALE3) caiu 1,24%, já a oitava queda consecutiva.

Os grandes bancos fecharam predominantemente em baixa: Itaú (ITUB4), com -0,51%, Santander (SANB11), que caiu 2,01%, Banco do Brasil (BBAS3) com queda de 1,15%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) foi misto, com -1,12% e +0,98%, respectivamente.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Ata do Copom diz que aperto monetário ainda não teve efeito e indica nova alta da Selic
  • Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), estreia na Bolsa de NY em forte queda

Ata do Copom diz que aperto monetário ainda não teve efeito e indica nova alta da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avaliou o cenário inflacionário global e do Brasil em sua última reunião, e considerou que os fatores de risco vem de ambas as direções. Com isso, a sinalização de uma alta menor do que 1 ponto percentual da taxa básica de juros para a próxima reunião foi considerada “a mais adequada”, diz a ata do Copom divulgada nesta terça-feira (10).

Após suas considerações, os membros do Copom concluíram que “tal estratégia foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos. Ao mesmo tempo em que reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário.”

Na semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros do Brasil para 12,75%, em meio a uma inflação indicada pela prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15,  de 12,03% em 12 meses.

elevação da Selic em 1 p.p. colocou a taxa de juros no maior nível em cinco anos – desde fevereiro de 2017, quando a Selic estava em 13%.

Segundo a Ata do Copom, o ciclo de aperto monetário feito até aqui “foi bastante intenso e tempestivo” e, devido às defasagens de política monetária, eles avaliam que “ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado bem como seu impacto sobre a inflação corrente”.

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Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), estreia na Bolsa de NY em forte queda

Eve,  startup de “carros voadores” e subsidiária da Embraer (EMBR3), anunciou nesta terça-feira (10) que suas ações ordinárias e warrants passam a ser negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) hoje sob os códigos “EVEX” e “EVEXW”, respectivamente. Às 16h, as ações da Eve desabavam 14,02%, negociadas a US$ 9.

Na última sexta-feira (6), as empresas já haviam aprovado a fusão entre a Zanite, uma Spac (companhia de propósito específico de aquisição) focada no setor de aviação, e a Eve.

“Hoje, comemoramos um marco histórico de uma jornada iniciada há quase cinco anos na EmbraerX, aceleradora de mercado da Embraer, líder no setor de aviação global”, disse André Stein, co-CEO da Eve, em nota. “Esta transação é uma facilitadora fundamental da nossa missão de nos tornarmos líderes em um mercado potencial de UAM (Mobilidade Aérea Urbana) de US$ 760 bilhões. Agradecemos a toda a equipe da Eve e da Embraer por todo o trabalho árduo, e aos nossos parceiros da Zanite, bem como aos nossos outros investidores pelo apoio”, acrescentou ele.

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Caminhoneiros pressionam e governo estuda medidas para ‘aliviar’ alta do diesel

Após um reajuste de 8,87% no preço no diesel pela Petrobras (PETR4) nesta segunda-feira (9), com efeitos a partir de hoje (10), o Governo Federal tenta achar uma medida para atenuar a tensão com os caminhoneiros.

Líder da greve dos caminhoneiros em 2018, Wallace Landim, o Chorão, gravou um vídeo recentemente reclamando que “o diesel vai chegar a R$ 8 com esse novo aumento“.

A mensagem, que foi distribuída à sua base de contatos por meios digitais, reafirma a sua postura como de alguém “indignado” com o reajuste no preço do diesel. “Gente, não podemos ficar quietos. Nós precisamos fazer alguma coisa”, disse.

Segundo informações do jornal O Globo, o Planalto estuda fazer a correção da tabela do frete de forma mais frequente, para acompanhar o reajuste dos combustíveis e aliviar os preços do setor.

Além disso, estão em estudo medidas que desburocratizam – e consequentemente reduzem os custos – dos registros na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Essas medidas afetariam os processos de emplacamento de caminhões e emissão da carteira de habilitação, além da contribuição previdenciária sobre o frete.

Segundo o regramento atual, há uma nova tabela de frete para os caminhoneiros a cada seis meses, além de uma correção baseada no preço do diesel sempre que o combustível sobe 10%. Segundo os profissionais, esse sistema tende a atrasar e gerar defasagem, prejudicando a categoria como um todo.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,14%
  • IFIX hoje: -0,06%
  • IBRX hoje: -0,14%
  • SMLL hoje: +1,07%
  • IDIV hoje: -0,49%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (9)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (9) em queda de 1,79%, aos 103.250,02 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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