XP Inc (XPBR31) perde US$ 1 bilhão na Bolsa dos EUA após balanço

Um dia depois de a XP Inc (XPBR31) ter divulgado os resultados do 1T22, a empresa brasileira sentiu a insatisfação dos investidores na Bolsa de tecnologia Nasdaq, dos EUA. Após chegar a perder 15% pela manhã, os papéis fecharam em baixa de quase 7,5%.

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Com esse desempenho, apenas na quarta-feira (4), a perda de valor de mercado da XP foi de US$ 985,6 milhões. Em um ano, a baixa da empresa de Guilherme Benchimol no pregão de Nova York supera 40%. Por aqui, os números também são desanimadores para os recibos de ações (BDRs) da XP.

Ontem, a queda foi de 8,03% e os BDRs fecharam avaliados em R$ 107,60. Um ano atrás, o valor dos recibos era de R$ 219,17, cerca de 51% maior do que o preço atual. De acordo com analistas ouvidos pelo Broadcast, o desempenho ruim das ações da XP foi motivado menos pelos resultados e mais pela indefinição da venda da fatia do Itaú e da Itaúsa na empresa.

A XP fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 987 milhões, o primeiro resultado trimestral abaixo de R$ 1 bilhão desde o início de 2021. O sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, comentou que o início do ano foi desafiador tanto pelo impacto da variante Ômicron na economia quanto pelo início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Esses fatores alimentaram a volatilidade no mercado, especialmente o de ações, que concentra a maior parte das receitas da XP.

O banco americano JP Morgan apontou em relatório que a XP apresentou um resultado “tímido” no primeiro trimestre deste ano, com redução de rendimentos. De acordo com a instituição, esse cenário, combinado com as vendas “intermináveis” de ações da Itaúsa e, em breve, do Itaú (ITUB4), foi o suficiente para os papéis desabarem ontem.

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XP Pressionada por ligação com Itaú

Os analistas do JP Morgan – Domingos Falavina, Kenneth B. Worthington, Guilherme Grespan, Yuri R. Fernandes e Marlon Medina – afirmaram que, embora a XP tenha conseguido lidar relativamente bem com a volatilidade do mercado, a quantidade de ações da Itaúsa representa uma pressão extra gerada pelo seu volume excessivo.

Na última sexta-feira, o Itaú informou que adquiriu, por aproximadamente R$ 8 bilhões, uma participação de 11,36% da XP. Embora a transação fosse prevista no contrato original de investimento em 2017 – e o Itaú já tenha sinalizado que não pretende ficar com os papéis -, o mercado estava pronto para o rompimento da relação com o banco.

Até o começo do ano passado, o Itaú detinha uma participação de 46% na XP. Primeiro, vendeu 5% no mercado. Para deixar de ser sócio da empresa de investimentos, cindiu os 41% restantes em um nova empresa. Depois disso, as ações acabaram sendo distribuídas, proporcionalmente, aos seus acionistas, sendo que a maior fatia ficou com a holding Itaúsa, que controla o banco, de cerca de 19%. Já neste ano, a Itaúsa também vendeu parte de sua posição e já embolsou R$ 1,8 bilhão, detendo atualmente cerca de 11%.

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Diante dessa nova compra, o UBS BB citou a possibilidade de a XP organizar a recompra de algumas das ações detidas por Itaúsa e Itaú, aliviando essa condição. Em teleconferência com analistas e investidores, a XP sinalizou essa intenção e que teria dado início a conversas com o banco.

Analistas do Credit Suisse destacam que, embora os executivos da XP tenham apontado para uma recuperação dos mercados em março como um indicador de melhora, o cenário permanece desafiador e os riscos continuam para a companhia.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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