Em greve, servidores farão ato em frente à sede do BC no horário de divulgação do Copom
Depois de retomar a greve, os servidores do Banco Central (BC) farão uma manifestação em frente à sede do órgão, em Brasília, nesta quarta-feira (4) durante a decisão do taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do BC (Sinal), Fábio Faiad, o protesto ocorrerá das 17h às 19h. A decisão do Copom é anunciada a partir de 18h30. Segundo o BC, a greve dos servidores não deve afetar o Copom, nem a divulgação da ata na terça-feira que vem.
Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano, e a maioria das instituições financeiras esperam alta de 1 ponto porcentual na reunião desta semana, a 12,75% ao ano.
A paralisação foi iniciada em 1º de abril e negociações foram feitas com a diretoria do BC e o governo. Mas, segundo Faiad, não houve resposta à proposta da categoria nem contraproposta do governo durante o período de trégua. Para o sindicato, o reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo é insuficiente.
Servidores do BC aprovam retomada da greve por tempo indeterminado
Após a suspensão de 20 de abril a 2 de maio, na tentativa de conseguir um avanço nas negociações com a diretoria da autarquia e com o governo, os servidores do Banco Central aprovaram a retomada da greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima terça-feira (3).
Os funcionários do BC pedem recomposição salarial de 27%, além de outras ações de reestruturação de carreira, como a exigência de nível superior para concurso de técnico e a mudança do nome do cargo de analista para auditor.
Faiad afirmou que a retomada da greve deve seguir as mesmas características da primeira fase, iniciada em 1º de abril. Mas disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, que ocorre na semana que vem, não deve ser afetado, uma vez que o Boletim Focus já foi atualizado.
Na primeira fase da greve, os boletins e as divulgações estatísticas do BC foram interrompidas e houve atraso na publicação da ptax diária. O Pix foi mantido, com o monitoramento e a manutenção em esquema de contingência, assim como o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Com a trégua iniciada no dia 20, o BC começou a atualizar as divulgações atrasadas nesta semana, mas ainda não conseguiu colocar tudo em dia. Nas divulgações das notas estatísticas, por exemplo, ainda não há data para as informações de março. Os dados do fluxo cambial só foram atualizados até 1º de abril.
Nesta segunda (2), o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que as estimativas e as parciais de março da Nota do Setor Externo. Normalmente divulgadas junto com as informações de fevereiro, ainda não tinham sido compiladas.
Também na segunda (2), o presidente Jair Bolsonaro pediu ao funcionalismo que apresente a ele “alternativas” para a concessão de reajuste salarial acima dos 5% pretendidos pelo governo. Ele ainda reconheceu que categorias como os servidores do Banco Central e da Receita Federal, que já fazem paralisações por aumento na remuneração, têm o potencial de parar o Brasil se organizarem greve geral.
Com Estadão Conteúdo