Fundo quer Warren Buffett fora da presidência do conselho da Berkshire Hathaway (BERK34)

O megainvestidor Warren Buffett, de 91 anos, pode deixar de presidir o conselho da Berkshire Hathaway (BERK34). O Calpers, maior fundo de pensão dos Estados Unidos, quer um ‘presidente independente’ para o Conselho de Administração companhia. Atualmente o Calpers é responsável por gerir a aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia e é o maior fundo público de pensão dos EUA. A Calpers informou que investiu mais de US$ 450 bilhões na Berkshire, com US$ 2,3 bilhões em ações Classe A e  Classe B.

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Em suma, isso significaria que Warren Buffett deixaria de presidir o conselho da Berkshire Hathaway – já que atualmente o megainvestidor é CEO e presidente do Conselho de forma simultânea.

Segundo o Calpers em comunicado ao National Legal and Policy Center, ter a mesma pessoa ocupando os dois cargos enfraquece a governança corporativa da companhia.

A declaração ocorreu em meio à última assembleia de acionistas da Berkshire, em 30 de abril. Na próxima semana, acontecerá o Annual Meeting da companhia, que você poderá acompanhar ao vivo no Instagram do Alberto Amparo, analista da Suno Research.

O conselho da Berkshire Hathaway respondeu dizendo que se opõe à medida e acredita que Warren Buffett deve continuar desempenhando as duas funções.

Depois que ele sair, um membro do conselho que não faz parte da administração deve se tornar presidente, segundo a própria Berkshire.

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O movimento sugerido, contudo, daria trabalho ao Calpers – já que Warren Buffett, sozinho, detém uma fatia 32% de participação na Berkshire com direito a voto.

Da mesma forma, o Calpers deveria ter gigantes como o The Vanguard Group ou o BlackRock Fund Advisors endossando a tese, sendo que ambos possuem 9,7% e 5,6% da empresa, respectivamente.

A mudança de governança corporativa, contudo, é tendência, segundo a consultoria Spencer Stuart.

Em 2021, 9% das empresas do S&P 500 haviam dividido as funções de presidente e executivo-chefe, em comparação com 55% no ano anterior e 41% uma década antes.

O National Legal and Policy Center apresentou medidas argumentando que o presidente deve ser um membro independente do conselho de alguma das empresas: Goldman Sachs Group, Coca-Cola, Mondelez International, Salesforce.com, e Home Depot, segundo Peter Flaherty, presidente do grupo.

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A Calpers, que é acionista de todas as cinco empresas, se recusou a dizer especificamente se apoiaria essas propostas.

Uma porta-voz do Calpers disse ao The Wall Street Journal que o fundo geralmente endossa a separação dos cargos de presidente do conselho e presidente-executivo em todas as empresas nas quais possui ações.

Calpers quer ‘Warren Buffett’

Na mesma toada, o fundo da Califórnia também assinou uma proposta pedindo maior transparência sobre como a Berkshire gerencia os riscos climáticos.

“Em nossa opinião, as informações públicas atuais da empresa são insuficientes”, disse o documento da Calpers.

Fundos de pensão em Nova Jersey e Quebec também endossaram a medida.

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A longa história da Calpers de usar sua força de investimento e a sua influência no Conselho de Administração como forma de orientar a governança corporativa inclui um desentendimento passado com Warren Buffett.

Em meados de 2004, o fundo de pensão se opôs, sem sucesso, à sua reeleição para o conselho da Coca-Cola.

A medida fazia parte de uma política de 2004 de retenção de apoio a centenas de membros do conselho que autorizaram os auditores a prestar serviços não relacionados à auditoria, como consultoria tributária. Segundo a tese do fundo, a prática poderia levar a conflitos de interesse.

A Calpers acabou mudando essa política para focar mais nas próprias firmas de auditoria do que nas empresas que usam seus serviços. Warren Buffett, por sua vez, deixou o conselho da Coca-Cola em 2006, com a empresa citando demandas crescentes de seu tempo resultantes das recentes aquisições robustas por meio da Berkshire.

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Eduardo Vargas

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