Braskem pode deixar operações no Alagoas; cotação das ações sobe 10%

A Braskem pode deixar as operações em Maceió (AL) em até seis meses. A companhia discute a possibilidade devido à paralisação de atividades no estado. As informações são da “Gazeta Web”.

Por conta do debate interno da Braskem, as ações cresciam nesta segunda-feira (20) no fechamento do pregão, conforme:

Em relatório, o Serviço Geológico Nacional informou que as atividades praticadas pela empresa estavam comprometendo os solos dos bairros:

  • Pinheiro;
  • Bebedouro;
  • e Mutange.

Deste modo, a mineração do sal-gema na região sofreu uma paralisação, desde o último dia 9. A interrupção das atividades foi sugerida pela Justiça, e os Ministérios Públicos Federal e Estadual.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Não é chantagem, mas sim sobrevivência empresarial

A empresa decidiu em reunião fechada com o presidente-executivo, Fernando Musa, pela importação de matéria-prima para atender aos fornecedores. Se em seis meses as atividades não voltarem à normalidade, a companhia deve ir embora de Alagoas.

A possível transferência da Braskem foi apontada como única saída viável para a sobrevivência da controlada pelo Grupo Odebrecht. A diretoria já possui outro lugar nos planos para prosseguir com a exploração de sal-gema.

Considerada como uma das maiores jazidas da América Latina, a nova localização de mineração pela Braskem pode ser no Espírito Santo. Em uma área do estado que faz divisa com a Bahia, perto do porto de Açu.

De acordo com fontes da “Gazeta Web”, na reunião privativa da Braskem, Musa teria afirmado que “a decisão de ir embora de Alagoas não é chantagem com o estado. Mas, uma questão de sobrevivência empresarial“.

Saiba mais – Ações da Braskem caem 7% devido à paralisação de mineração de sal

Paralisação de operações da Braskem em Alagoas

O vice-presidente da Braskem, Marcelo Cerqueira, afirmou que a empresa vai arcar com a responsabilidade social com os moradores do Pinheiro. O executivo também informou que R$ 20 milhões estão sendo investidos. O montante é direcionado às obras e estudos sobre as rachaduras e afundamento de imóveis e vias.

Em Alagoas, todas as operações da Braskem estão paralisadas. Confira abaixo:

  • a mineração de sal-gema da jazida de Maceió, também considerada uma das maiores na América Latina;
  • a produção de dicloroetano (base para produção de PVC) e soda-cáustica;
  • e a indústria de PVC que fornece matéria-prima para indústrias de segunda e terceira geração da cadeia de plásticos no País.

Conforme com fontes da “Gazeta Web”, na reunião privativa da Braskem, Musa teria afirmado que “a decisão de ir embora de Alagoas não é chantagem com o estado, mas, uma questão de sobrevivência empresarial“.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/03/1420x240-Desktop.png

Prejuízos para o Alagoas

Ainda segundo com o portal, estima-se que a possível saída da Braskem causaria prejuízos estimados em 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Alagoas.

O secretário de estado da Fazenda, George Santoro, contudo, não confirmou o fato. “Não é verdade que a Braskem seja responsável por 30% do PIB de Alagoas”. disse o representante político, que também reconheceu a relevância econômica da indústria.

“Não acredito que a empresa vai sair daqui. Ela [Braskem] tem uma estrutura montada, consolidada e atua muito forte. O caminho, agora, é buscar soluções para o problema que a envolve”, opinou o secretário.

Saiba mais – Braskem pode perder listagem na Bolsa de Nova York e ação cai na B3

Santoro destacou que a empresa está há 44 anos explorando sal-gema e produzindo matéria para outras empresas de Alagoas. Isto, além de também fornecer commodities para o mercado nacional e exterior. “Acredito que pode haver alternativas viáveis e soluções tecnológicas para manter a produção sem colocar as pessoas em risco“, disse.

Segundo o secretário, a prioridade inicial nos problemas geológicos envolvendo a empresa deve ser a preservação da vida moradores dos bairros ameaçados.

“Depois disso, a Braskem tem que sentar com as autoridades: Ministérios Públicos Federal e Estadual, Defensoria Pública, Justiça, moradores e outros setores para apresentar novos encaminhamentos para reparar possíveis danos e garantir que a empresa continue funcionando com mais segurança, operando com garantias e supervisão técnica rigorosa“, avaliou.

Amanda Gushiken

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno