Alliar (AALR3: Tanure assume controle em meio à investigação sobre compra de ações
Após assumir o controle do grupo de medicina diagnóstica Alliar (AALR3), Nelson Tanure mira na expansão da empresa e consolidação da marca, com o objetivo de transformar a companhia em um dos maiores players do País. A troca de controle foi concluída nesta quinta-feira (14), após várias polêmicas envolvendo o empresário, que terá 63,28% de fatia da empresa depois de desembolsar R$ 1,25 bi. Foram oito meses de negociações.
Em novembro de 2021, os acionistas controladores da Alliar aceitaram a proposta da MAM Asset, gestora de Tanure, para a aquisição de até 62,6 milhões de ações, pelo valor de R$ 20,50 por ação. Ontem os papéis da empresa fecharam em alta de 0,15%, a R$ 18,95.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigará indícios de uso de informação privilegiada (“insider trading“) nas negociações de fundos ligados a Tanure com ações da Alliar. A decisão consta em despacho da Gerência de Acompanhamento de Mercado da CVM, ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso no final de março.
Em nota à imprensa, a companhia diz que Tanure, o novo controlador da empresa, sinalizou que deverá fazer, nos próximos anos, investimentos em tecnologia, inovação, gestão sustentável, experiência do cliente e na capacitação e valorização dos seus profissionais. “A empresa seguirá buscando boas oportunidades de negócios e privilegiando a excelência no atendimento”, diz a companhia.
Conforme a nota, o reconhecido corpo médico continuará sendo um dos pilares direcionadores da organização e receberá ainda mais atenção da nova gestão, com foco em tecnologia na jornada digital e diversificação dos serviços.
Para a CEO interina da Alliar, Karla Maciel, a expectativa é de que a empresa alcance novos patamares de posicionamento com o reforço da agenda de inovação e digitalização dos serviços, além de retomar o crescimento orgânico e inorgânico com uma forte agenda de potenciais M&As – ampliando nosso portfólio de serviços e investindo em novas oportunidades no segmento de saúde.
“Os novos investimentos, além do foco em inovação e tecnologia trazida pelo Nelson Tanure, aliados à expertise e reconhecimento técnico dos médicos fundadores e do nosso corpo médico, dão à Companhia uma vantagem competitiva enorme”, diz a executiva.
Com o fim da operação, será feita uma oferta pública de ações (OPA), de acordo com o contrato entre controladores e o Fundo Fonte de Saúde, de Tanure. Os minoritários poderão vender suas ações também por R$ 20,50.
CVM continua investigação sobre suposto uso de informação privilegiada
A suspeita que será investigada pela CVM se refere à negociação de Tanure para compra de ações do bloco de controle da Alliar, no fim de 2021. À época, Tanure detinha cerca de 26% de participação na Alliar e chegou a um acordo com o grupo formado por 50 pessoas, que detinham pouco mais de 50% das ações da empresa e era liderado pelos médicos fundadores Sérgio Tufik e Roberto Kalil. Os acionistas minoritários reclamaram que o contrato os excluiu da transação.
Nesta semana, a Coluna do Broadcast informou que a gestora de recursos Esh Capital pediu à Procuradoria Regional de São Paulo a abertura de investigação do empresário Nelson Tanure por suposto uso de informação privilegiada em negociações de ações da empresa de diagnósticos médicos Alliar por meio de fundos.
Fundada em 2011, com a fusão de quatro empresas líderes do setor de diagnóstico médico, a Alliar está presente em dez estados brasileiros e conta com mais de 5 mil colaboradores, cerca de 1,2 mil médicos parceiros, mais de 100 unidades de atendimento ambulatorial e hospitalar, atendendo com excelência na realização de exames de diagnóstico por imagem, medicina nuclear e de análises clínicas, além de soluções corporativas, remotas e presenciais, para hospitais e centros de diagnóstico dos setores público e privado.
Com informações do Estadão Conteúdo