Avianca: justiça determina que 60% da operação seja mantida durante greve
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu atender ao pedido da Avianca Brasil de manter 60% da operação durante a greve da categoria, que começará na próxima sexta-feira (17).
De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a paralisação deverá afetar os serviços nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A Avianca passa por uma recuperação judicial desde fevereiro. Funcionários reclamam da falta de pagamento de salários e benefícios, como vale-alimentação.
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“Não faz sentido restringir a greve hoje porque a Avianca tem apenas seis aeronaves. Representa hoje apenas 0,2% do tráfego no país. Manter os voos com funcionários sob o estresse de não receber salários é perigoso”, afirma Ondino Dutra, presidente do SNA.
Caso a determinação não seja cumprida, a ministra Dora Maria da Costa determinou que o sindicato pague uma multa diária de R$ 100 mil. A decisão foi tomada com base em uma ação cautelar preparatória de dissídio coletivo solicitado pela Avianca.
Além do não pagamento dos salários, a companhia atrasou o pagamento das rescisões de demitidos. Segundo a aérea argumenta, uma paralisação total poderá levar a companhia à falência. Na ação, a Avianca pedia que o TST determinasse que 100% das operações fossem mantidas.
Greve da Avianca
Na última segunda-feira (13), tripulantes da Avianca Brasil anunciaram que entrarão em greve.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), sem os pagamentos e o clima de incerteza em relação a continuidade das operações da empresa, a segurança dos voos ficam afetadas.
O sindicato ainda afirma que os tripulantes devem impedir a decolagem dos voos da companhia que sairão dos aeroportos de Congonhas e de Santos Dumont. Além disso, os voos em trânsito, que fazem escala nos aeroportos, serão barrados.
Demissões de comissários da Avianca
Ao todo, a Avianca Brasil já demitiu ao menos 200 pilotos e copilotos na última segunda-feira (13), de acordo com o SNA. O número equivale a cerca de 15% do total de tripulantes da companhia aérea.
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As demissões são resultado da perda de 80% da frota de aeronaves por parte da companhia aérea, que passa por recuperação judicial desde dezembro último.
Devido a inadimplência, as empresas de ‘leasings’, entraram com pedidos na Justiça para que os aviões fossem devolvidos. Dessa forma, a frota da Avianca, que chegou a ser de 50 aeronaves, caiu para cinco, fazendo com que fosse desnecessária a permanência de 1.500 funcionários da empresa.