Toyota (TMCO34) pretende fechar fábrica de São Bernardo do Campo e vender terreno
A Toyota (TMCO34) anunciou que irá fechar a fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que produz peças para outras unidades da montadora no Brasil e na Argentina. Em comunicado divulgado na terça-feira (5), a empresa afirmou que irá transferir a operação para as suas unidades no interior de São Paulo: Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz.
A intenção da Toyota é buscar mais sinergia entre as unidades produtivas para aumentar a competitividade “frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no País”, diz o comunicado. A montadora de automóveis ainda ressalta que a mudança será feita de forma gradual a partir de dezembro de 2022, com conclusão prevista para novembro do ano que vem.
O movimento, sustenta a Toyota, prevê a manutenção dos empregos dos 550 funcionários da empresa na fábrica, de modo que será oferecida oportunidade de transferência da unidade de São Bernardo do Campo para as outras fábricas.
Plano da Toyota é deixar São Bernardo e vender fábrica
Após desocupar a instalação, a Toyota pretende vender a fábrica de São Bernardo do Campo. Inaugurada há 60 anos, a unidade produziu modelos brasileiros como o jipe Bandeirante até 2001, tornando-se a sede administrativa da Toyota na região.
Além disso, a fábrica de São Bernardo do Campo tornou-se base de testes de novas tecnologias da marca com o passar dos anos.
De lá para cá, no entanto, os incentivos à fabricação nacional de carros com sistemas de propulsão elétrica não apareceram, e a Toyota não só priorizou investimentos em operações no interior de São Paulo, como tirou de São Bernardo a administração do negócio, transferindo seus executivos para Sorocaba.
São Bernardo seguiu, assim, funcionando como fornecedor de peças que equipam modelos montados nas demais fábricas da Toyota no Brasil e na Argentina, exportando também componentes aos Estados Unidos.
A ideia é desativar São Bernardo até novembro do ano que vem, num cronograma de desligamento que começará em dezembro deste ano. Como o plano da multinacional japonesa é de abrir negociações com interessados pelo terreno, não restará nem o espaço no local onde a Toyota apresenta sua história a visitantes, incluindo a exposição de um exemplar do Bandeirante.
Sindicato tenta negociar com a montadora
Em nota, o sindicato dos metalúrgicos do ABC manifestou surpresa com a notícia do fechamento. “A montadora toma tal decisão de forma irresponsável com a falsa justificativa de otimização de custos. Não há motivos plausíveis para o fechamento da planta, que é a primeira fábrica da Toyota fora do Japão”, comentou a direção do sindicato.
A entidade que representa os metalúrgicos da região apontou ainda que, em todas as negociações, a Toyota não só deixou claro que a fábrica seguiria ativa como indicou ter planos para a unidade.
“A empresa chegou a comunicar o sindicato que os produtos atuais garantiriam a permanência da fábrica pelos próximos três anos e afirmava que a unidade era produtiva, competitiva e lucrativa”, sustentou a associação dos trabalhadores, criticando também em seu posicionamento a falta de políticas industriais no País e no Estado.
O sindicato, por fim, disse estar aberto para discutir alternativas para a Toyota rever a sua decisão e permanecer em São Bernardo.
Com informações de Estadão Conteúdo.